Excelente texto do Baka (Marcelo Aguiar), refere-se a morte de forma desassombrada e tratando-a como uma forma de viver pós túmulo. A vida é assim, tem na morte o que há de mais certo, por isso não vale a pena temê-la como se fosse algum acontecimento surpresa.
Esse ano comemora-se o centenário de Nelson Cavaquinho e aí fico imaginando se um dia irão pelo menos pensar em comemorar o meu, afinal todos os meus amigos provavelmente estarão mortos. Acho que os mortos devem adorar os fato de serem celebrados quanto completam seus 100 anos... mas e os 99 e os 101 anos? Com certeza esses passam de graça!
E quando eu morrer como será? Queria que fosse que nem em "No Tom da Mangueira" de Cartola:
Quero que haja música e diversão, quase uma orgia! Quero que as pessoas, amigas ou não saltem, encham a pança de guloseimas, beijem amigos desconhecidos do morto (eu!), contem segredos irreveláveis uns pros outros sobre mim. Imagina as pessoas dizendo que namoram e que se conheceram no enterro de um velho amigo? Ah, admito que eu ficaria muito feliz de ser causador de tal encontro...Quero que haja música do início ao fim, da bossa à nova, do rock ao roll, da mpb à mpp e do samba ao samba. Não me importo que as pessoas queiram chorar, porque saudade vai dar, mas que chorem nostalgicamente e com sorrisos nos rostos, se não for possível, que chorem até acabarem as lágrimas para curtir a festa e a comida! Quero que haja também um corajoso para dançar em cima do caixão, já que será bem grande! Loucos serão sempre bem vindos!
Nos meus aniversários, enquanto eu estiver vivo, pretendo fazê-los para que sempre exista a tal felicidade estampada na cara de meus convidados e dos penetras! No mesmo estilo do meu enterro... Divertido!
Tomara que a vida não me tire a vitalidade de viver e que nem pense em tirar minha a vontade de morrer feliz.
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