segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Hora do Planeta 2012 já tem data marcada

EcoD

A maior ação mundial voluntária pelo meio ambiente já está com data marcada. A Hora do Planeta será realizada no dia 31 de março, sábado, das 20h30 às 21h30. Nessa hora, bilhões de pessoas dos sete continentes estarão juntas pela preservação da Terra e apagarão suas luzes em um ato de respeito.
Promovida pelo Instituto WWF, a iniciativa tem como principal objetivo dar exemplo aos líderes sociais e mostrar a preocupação internacional com o planeta.
O primeiro evento foi organizado em 2007, em Sidney, mas no ano passado reuniu mais de 100 países, inclusive o Brasil. Muitos monumentos e locais simbólicos passaram uma hora às escuras, como o Cristo Redentor, a Torre Eifel (França), o Coliseu (Itália) e a Times Square (Estados Unidos).
Um vídeo promocional da campanha já foi lançado (em inglês). Assista abaixo.
(EcoD)

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

MPF/PA: siderúrgicas assinam acordo contra desmatamento e trabalho escravo

Siderúrgicas só poderão utilizar carvão produzido de acordo com legislação ambiental e trabalhista
As siderúrgicas Sidepar, Iberica e Cosipar foram as três primeiras a assinarem acordos com o Ministério Público Federal para regularizar ambientalmente suas atividades no estado do Pará. O acordo estabelece, entre outras outras obrigações e compromissos, que as siderúrgicas devem instalar e manter banco de dados atualizados e disponíveis sobre a origem do carvão consumido, com detalhes sobre as fontes de suprimento e seus fornecedores de carvão.
Além disso, as siderúrgicas terão que publicar todos os dados sobre a produção anual de ferro-gusa e se comprometerão a indicar permanentemente quais são os compradores do produto final, bem como informar detalhadamente a situação de seus projetos de reflorestamento e de reposição florestal, que também serão auditados.
Antes da assinatura, o MPF ajuizou ações civis públicas pedindo imediatamente a suspensão das atividades e a indisponibilidade dos bens das empresas. A juíza Nair Cristina Corado Pimenta de Castro concedeu as liminares nos processos no último dia 14 de fevereiro, bloqueando um total de R$ 145 milhões das três siderúrgicas para garantir a recomposição dos danos à floresta amazônica.
Além do bloqueio, Sidepar, Cosipar e Iberica foram proibidas de adquirir carvão até que toda a matéria-prima florestal e a cadeia de custódia fosse auditada em campo pela Secretária Estadual do Meio Ambiente (Sema) e certificada pelo Ibama.
Legalidade e sustentabilidade
Pela proposta, as indústrias e a Sema devem fiscalizar em campo todas as carvoarias para certificar a legalidade da origem do produto. As siderúrgicas também terão que apresentar o Plano de Suprimento Sustentável (PSS) e assumir o compromisso de implementar, até 2014, projetos de reflorestamento que garantam a cada uma delas a autossuficiência plena na produção de carvão.
Enquanto a autossustentabilidade não for atingida, as empresas se comprometeram a comprovar, antecipadamente, a aquisição de insumos de origem legal, consumindo apenas carvão produzido a partir de fontes lícitas. Ainda, seus fornecedores não podem estar na lista suja do trabalho escravo nem na lista de áreas embargadas pelo Ibama. (http://siscom.ibama.gov.br/geo_sicafi/).
Passivo ambiental
As siderúrgicas terão ainda que recompor o passivo ambiental e vão custear a realização de auditorias externas em caráter continuado, além de recuperar área equivalente em medida de extensão a 95% do dano ambiental apurado pelo Ibama ou adotar medidas de compensação ambiental proporcionais ao passivo levantado.
Os restantes 5% do dano, que corresponde a quase R$ 7,5 milhões de reais, serão investidos em projetos de preservação ambiental e no financiamento de programas de inclusão social de trabalhadores resgatados em carvoarias pelas equipes do Ministério do Trabalho e Emprego.
Ao aceitarem os compromissos do termo de ajuste de conduta (TAC), as empresas obtém a suspensão das ações anteriormente ajuizadas na Justiça Federal de Marabá pelo MPF. As outras siderúrgicas do Pólo Carajas também terão que assinar o acordo nos próximos dias.
A Sema já havia assinado o acordo com o MPF garantindo a legalidade da cadeia produtiva da siderurgia através de auditorias em campo, rastreabilidade, aperfeiçoamento dos sistemas de controle, regularização dos licenciamentos ambientais, além de inúmeros outros compromissos.
Com os acordos assinados, as empresas aceitaram prazos para cumprir os mesmos objetivos das ações, incluindo a auditoria sobre os fornecedores de carvão e a recomposição das áreas degradadas pela atividade. Se o acordo for descumprido, o TAC será executado, as empresas ou a Sema serão multadas e o MPF encaminhará recomendações aos compradores do produto para não mais adquirirem o ferro-gusa das empresas .
“Um enorme passo foi dado para reduzir o desmatamento e alcançar a sustentabilidade da atividade produtiva, solucionando um problema grave histórico da região”, resume o procurador da República Tiago Modesto Rabelo, de Marabá. “O cumprimento dos acordos será rigorosamente fiscalizado para que não se frustre esse intento”, ressalta Daniel César Azeredo Avelino, que também participou das negociações.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Morta há 32 mil anos, uma flor do Ártico renasce

Semente de planta da Idade do Gelo é recuperada por cientistas russos em toca de esquilo

RIO - Diversas plantas foram geradas a partir do fruto de uma pequenina flor do Ártico que morreu há 32 mil anos, segundo anunciou ontem um grupo de cientistas russos. O fruto foi guardado por um esquilo em sua toca na tundra, no noroeste da Sibéria, onde passou milhares de anos congelado até ser desenterrado pelos especialistas há alguns anos. As plantas são parecidas com a atual Silene stenophylla.
Esta seria a mais antiga planta recuperada por meio de tecido antigo. Até agora, o recorde era de uma palmeira, gerada a partir de uma semente de 2 mil anos, recuperada numa antiga fortaleza em Masada, em Israel.
Sementes e determinadas células podem durar por milhares de anos sob determinadas condições climáticas, mas muitas alegações de longevidade extrema não resistiram a um exame mais minucioso e biólogos aguardam confirmações independentes do estudo. Histórias de trigo crescendo a partir de sementes achadas em tombas de faraós já foram desacreditadas, por exemplo. Sementes de um tipo de ervilha supostamente de dez mil anos atrás foram achadas em uma mina de ouro soterrada em Yukon, no Canadá. Mas as sementes, datadas posteriormente pelo método do radiocarbono, revelaram-se modernas.
A despeito da polêmica, a nova descoberta está calcada em uma datação de radiocarbono acurada. Um caminho similar de investigação do passado distante, o do DNA antigo, foi primeiro desacreditado depois que o anúncio de um DNA de dinossauro se revelou falso. Mas agora, com métodos mais modernos, produziu excelentes resultados na reconstituição do genoma do Neandertal.
O novo estudo, feito por um grupo coordenado por Svetlana Yashina e Dadiv Gilichinsky, do Centro de Pesquisa Pushchino, da Academia de Ciências da Rússia, foi publicado na última edição da “Proceedings of the National Academy of Sciences”, a PNAS.
— Trata-se de um incrível avanço — afirmou Grant Zazula, do Programa de Paleontologia de Whitehorese, no território Yukon, no Canadá, que revelou que as sementes encontradas na mina canadense eram modernas. — Não tenho dúvidas de que se trata de uma descoberta legítima.
Mas o estudo russo deve demandar muitos pedidos de novas provas de legitimidade.
— Está muito além do que esperávamos — afirmou Alastair Murdoch, especialista em sementes da University of Reading, no Reino Unido. — Quando as sementes ficam expostas a 7 graus Celsius negativos, depois de 160 anos, apenas 2% delas ainda são capazes de germinar.
As sementes usadas no estudo estavam estocadas em tocas de esquilos e ficaram durante todo esse tempo congeladas a temperaturas de 7 graus negativos.


quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Movimentos, redes e organizações preparam Cúpula dos Povos por Justiça Social e Ambiental

Natasha Pitts, da  Adital

De 20 a 22 de junho, acontecerá na cidade do Rio de Janeiro,  a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. No entanto, o evento não acontece isoladamente. Movimentos e organizações sociais, de trabalhadores e de meio ambiente estão empenhados na construção da ‘Cúpula dos Povos na Rio+20 por Justiça Social e Ambiental’, que acontecerá também no Rio de Janeiro, no Aterro do Flamengo, de 15 a 23 de junho.
Desde o ano passado, a Cúpula dos Povos está sendo preparada com o intuito de se constituir em um “espaço de fortalecimento no processo de ação, de resistência e de construção de alternativas. E, principalmente, ser um espaço de denúncia das falsas soluções e da nova ‘roupagem verde’ que o capitalismo está se colocando”, manifesta o comunicado do Jubileu Sul Brasil.
Segundo Sandra Quintela, socioeconomista do Instituto de Políticas Alternativas para o Cone Sul (Pacs) e integrante da Rede Jubileu Sul Américas, o processo de organização está caminhando no sentido de construir uma Cúpula que não seja apenas mais um evento. “Queremos nos reunir para denunciar ao mundo o que significa a tal economia verde. A população precisa saber o que está em jogo na Rio+20”, diz.
Os três eixos que nortearão a Cúpula são: denúncia das causas estruturais e novas formas de reprodução do capital; as soluções e novos paradigmas dos povos; e as agendas, campanhas e mobilizações que unificam o processo da luta anticapitalista pós Rio+20.
A programação baseada nesses eixos ainda está em construção, mas, já está certo que nos dias 15 e 16 acontecerão atividades preparatórias e de mobilização. Já na manhã dos dias 18, 19 e 21 serão realizadas as atividades autogestionadas, pela tarde acontecerá a Assembleia dos Povos e à noite estão marcadas mobilizações.
O ponto alto da Cúpula será a Assembleia dos Povos, momento prioritário para organizações, redes e movimentos participantes, onde serão discutidos temas como economia solidária, agroecologia, ecocidades, ecobairros, luta pelas sementes crioulas, lutas contra ofensiva do capital, entre outras pautas.
Os interessados em se engajar nas atividades autogestionadas e nas preparatórias e de mobilização da Cúpula vão ter mais informações e detalhes em breve sobre inscrição. Quem não puder ir ao Rio de Janeiro, ainda assim pode se envolver na luta ‘contra a mercantilização e a financeirização da vida e da natureza’. Redes, movimentos ou pastorais interessadas em contribuir podem realizar ações locais, em especial nos dias de mobilização (5, 17 e 20 de junho). A sugestão é que sejam feitos debates, seminários ou produzidos vídeos com temas relacionados à Cúpula.
Para Sandra, a maior contribuição que pode ser dada é a organização de debates locais a respeito dos eixos que nortearão a Cúpula. “O que os movimentos podem fazer é se organizar mais e ir para o Rio com os assuntos bem debatidos e aprofundados. Estudar assuntos como economia verde, REDD. Também é possível se inserir nos GTs [Grupos de Trabalhos]”.
Rio+20
De 20 a 22 de junho, Chefes de Estado, Governo e outros representantes políticos se reunirão no Rio de Janeiro para participar da Rio+20. O evento, após 20 anos do início das discussões sobre desenvolvimento sustentável -que teve seu pontapé na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, a ECO 92 – retomará o tema e buscará aprofundar o debate sobre problemas ambientais mundiais. O foco estará nas pautas sobre economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza, e o quadro institucional para o desenvolvimento sustentável.
Para mais informações: http://cupuladospovos.org.br/ ou entre em contato pelo e-mail:jubileubrasil@terra.com.br/ou telefones +55 (11) 3112-1524/3105-9702.
(Adital)
Fonte: Mercado Ético

domingo, 12 de fevereiro de 2012

ONU premia brasileiros como “heróis da floresta”


Casal foi assassinado em emboscada
O jornalista Paulo Adario recebeu no dia 9/02/2012, em Nova Iorque (EUA), o prêmio “Herói da Floresta”, da ONU. Além de Adario, a ONU vai premiar como “heróis da floresta” Paul Nzegha Mzeka, (Camarões), Shigeatsu Hatakeyama (Japão), Anatoly Lebedev (Rússia) e Rhiannon Tomtishen e Madison Vorva (Estados Unidos).
Conferido pela primeira vez, o prêmio da ONU é o reconhecimento à contribuição de “inúmeros indivíduos ao redor do mundo que dedicam suas vidas para ajudar florestas de forma silenciosa e heróica”. O prêmio será entregue durante a cerimônia de encerramento do “Ano Internacional das Florestas”, comemorado pela ONU no ano passado.
Paulo Adario é diretor do Greenpeace Brasil. Em 2001, levou uma equipe para ajudar a tribo indígena a demarcar e proteger as suas terras. A iniciativa resultou na proteção de 1,6 milhões de hectares de floresta. É um dos pioneiros na coordenação internacional de campanhas públicas de combate ao desmatamento e na defesa de soluções sustentáveis para a região.
A ONU mudou a programação para conceder um prêmio especial ao casal de líderes extrativistas José Claúdio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva. Ambos foram assassinados no final de maio do ano passado numa emboscada no município de Nova Ipixuna, no sudeste do Pará.
Como o jornalista Felipe Milanez concorria ao prêmio “Herói da Floresta”, a ONU viu o documentário dele, “Toxic Amazon”, ficou impressionada com a história do casal e decidiu prestar homenagem a Zé Cláudio e Maria.
Estava previsto apenas prêmio para heróis “vivos”, mas Aline Fonseca e Barbara Soalheiro, do TEDxAmazonia, que inscreveram Milanez, também inscreveram o casal.
- É uma honra imensa contribuir para o reconhecimento da luta deles, que eu tive a chance de conhecer em vida. Será exibido um trecho do meu filme – disse Milanez ao Blog da Amazônia. Ele está em Nova Iorque com Laisa Santos Sampaio, que representa a família de Zé Cláudio e Maria. Laisa é irmã de Maria.
Lisa e Milanez
Por: Altino Machado
Fonte: Blog da Amazônia