sábado, 19 de dezembro de 2009

COP 15 – Faltou visão solidária planetária


Infelizmente a Conferência do Clima em Copenhagen na Dinamarca está sendo considerada um grande fiasco histórico. A incompetência e o egoísmo foram as grandes marcas daquela que estava sendo considerada uma grande esperança para bilhões de seres humanos envolvidos nas mais diversas situações de pressão do meio ambiente sobre o homem. Os Estados Unidos, país considerado como o grande poluidor de todos os tempos não se comprometeu com nada, ficou à margem da sociedade humana como se fosse um planeta à parte, Barack Obama Prêmio Nobel da Paz, um ícone da esperança dos últimos anos fez um discurso pífio e desidratado, sem oferecer nem se comprometer com absolutamente nada. Os países Árabes por sua vez apresentaram uma ridícula exigência de serem indenizados pelas perdas causadas com a diminuição do uso de combustíveis fósseis, quando do aumento do uso de energias renováveis como a energia eólica, entre outras. Países da América latina como a Venezuela, Bolívia e Cuba ficaram mais preocupados com a política, fazer oposição e criticando os EUA do que com o objetivo principal da conferência. Importante ressaltar que o Brasil foi um dos grandes responsáveis pelo que sobrou de bom do encontro, pois foi desde o início, ou até muito antes, um dos países que demonstrou maior boa vontade em contribuir com os acordos, e foi reconhecido quando o Presidente Lula foi aplaudido por quatro vezes em seu último discurso que por sinal foi mais um desabafo sincero do que algo elaborado e calculado.
As ONGs ficaram amplamente decepcionadas com os resultados da conferência, veja abaixo:

“Para Avaaz, o documento é um "fracasso histórico" que representa o "colapso dos esforços internacionais" de assinar um acordo vinculativo que possa "deter a catastrófica mudança climática".
"O acordo está muito longe de ser justo, não é vinculativo e nem ambicioso", criticou o diretor da campanha global da organização, Ricken Patel, que reprovou que o acordo tenha sido selado por só "quatro países" em alusão aos EUA, China, Índia e África do Sul.
Atribuiu a responsabilidade pelo fracasso de Copenhague a Washington e Pequim, responsabilizando americanos e chineses por "compartilharem sua determinação de produzir um acordo débil em Copenhague".
"Cada país pagará o preço pela avareza e pelo governo imperfeito destes dois países", afirmou.
Por sua parte, a Amigos da Terra, classificou o acordo de Copenhague como "fracasso abjeto".
"Ao atrasar a ação, os países ricos condenaram milhões de pessoas, a maioria delas as mais pobres do mundo, à fome, ao sofrimento e à perda da vida conforme a mudança climática se acelera", apontou o presidente da entidade, Nnimmo Bassey.
Assinalou que sente "nojo" pelo "fracasso dos países ricos" na hora de fixar objetivos ambiciosos e acusou o bloco industrializado de "acossar" os países em vias de desenvolvimento a "aceitar menos" do que merecem.” Folha de São Paulo.
Portanto, apesar de tanta expectativa gerada, temos que aceitar o fracasso e aguardar que a COP-16 no México venha logo e com sentimentos mais nobres por parte dos países ricos e poluidores. A parte de cada ser humano é continuar sua luta particular contribuindo dia a dia para que o meio ambiente no seu entorno melhore e seja preservado, assim como a sociedade se torne mais justa.

Por Nilson Mesquita

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

A Coferência do Clima na Dinamarca – Tão longe e tão perto


A COP-15 – Conferência das Partes sobre o Clima, no período de 07 a 18/12/2009, em Copenhagen na Dinamarca nos parece algo tão distante que não nos causa preocupação. Na verdade nos deparamos aí com o velho hábito do imediatismo brasileiro que tem nos levado muitas vezes a nos surpreendermos com o futuro nas portas do presente e outras vezes vendo o bonde da história passar. No mundo globalizado de hoje, onde as informações são instantâneas, não podemos mais nos dar o direito de ficarmos ao largo vendo os acontecimentos nos engolirem. Ah! Estamos em Capanema no estado do Pará, cidade tão pequena, deixemos essas preocupações com os grandes líderes mundiais. Uma das coisas que chama a atenção é que a partir de agora cada vez mais o cidadão precisa ter não somente uma conduta local, mas também mundial, pois o comportamento, o hábito de qualquer comunidade em qualquer parte do mundo tem uma influência planetária. Lembramos que estamos em plena Amazônia, talvez o maior patrimônio ambiental do planeta Terra, a região que mais tem chamado a atenção da humanidade por tratar-se de uma das últimas fronteiras entre a biodiversidade, a vastidão do verde com seu imenso estoque de oxigênio e capacidade de absorção de Gás Carbônico e a desenfreada devastação ambiental onde o ser humano comporta-se como verdadeiro vampiro do seu próprio sangue, a natureza.
O grande dilema é que precisamos continuar o desenvolvimento econômico evitando o crescimento da fome e da pobreza, porém sem agressão do meio ambiente. Está aí justamente a idéia da sustentabilidade que se torna hoje a palavra chave para as ações de ordem econômica, sociais e ambientais, sejam internacionais, federais, estaduais ou municipais.
A lucratividade desmedida do capitalismo selvagem ainda tão evidente nas ações empresariais deve cair por terra dando lugar à sustentabilidade onde a Responsabilidade Socioambiental é o principal sustentáculo.
Uma nova economia está nascendo, onde a energia deve ser renovável, o lixo ou resíduos reciclados, o empresário deve olhar o seu entorno e colaborar com a comunidade onde sua empresa está inserida e contribuir para que o meio ambiente seja sempre protegido, o consumidor deve exigir e só comprar produtos sustentáveis.
A nossa parte, cidadãos comuns, é de participar desse processo de forma integral, protagonizando a proteção do planeta de onde estivermos, pois não há mais lugar para a alienação e mesquinharias, não é questão também de caridade ou solidariedade, agora só a unificação de ações globais pode salvar o planeta, não esquecendo que nossa pequena Capanema é parte importante e vibrante desse processo.
Lá em Copenhagen, na Dinamarca, a sociedade civil briga do lado de fora dos grandes salões de debates, pois como diz um cartaz da ONG Greenpeace, “não precisamos do discurso de grandes políticos, mas das ações dos grandes líderes”.

Nilson Mesquita