domingo, 27 de fevereiro de 2011

O Tirano que comprou o Ocidente - Promisquidade consentida


Até pouco tempo, os líderes mundiais disputavam um encontro com o coronel. A Europa compra 90% de seu petróleo na Líbia e a família Kadafi penetrou no coração das finanças europeias

Miguel Mora, El País
“Na Itália nos respeitam. Nos Estados Unidos nos respeitam!”, bradou o coronel, a cabeça protegida pelo turbante, furioso, erguendo ora o Livro Verde, ora o estojo dos óculos de sol. “Parem de aplaudir e ouçam o que estou falando!”
Seu grito ecoou no espaço vazio das ruínas do palácio-quartel bombardeado pelos EUA, em 1986.
Eram outros tempos: Muamar Kadafi era então o grande fomentador do terrorismo internacional, um pária, o “cachorro louco” de Ronald Reagan. Faz somente dois anos que ele chegou ao topo do G-20 como convidado especial da reunião realizada em L’Aquila (Itália) e os líderes mundiais sorteavam quem teria um encontro de cinco minutos com ele.
Agora, tudo mudou novamente. Nas cidades da Líbia é seu exército quem usa helicópteros, tanques, mísseis, granadas e caças vendidos pelas potências ocidentais para reprimir com sangue e fogo o protesto dos cidadãos que exigem um fim para o regime que dura 41 anos.
Mil mortos, dezenas de milhares de feridos... Ninguém conhece o número exato. Talvez não se saiba durante alguns anos. As milícias de Kadafi apagam as provas do terror e o tirano que expelia ameaças e despautérios para a câmera é hoje um importante agente na cena econômica e financeira internacional.
Um parceiro de peso para muitas empresas e países do Ocidente. Seu principal sócio comercial é a Itália, o segundo é a Alemanha. E mais, a Líbia ocupa o oitavo lugar em reservas de petróleo, com seus intocados 44.300 milhões de barris, e o décimo oitavo em produção, com 1,65 milhões de barris diários.
Kadafi tem razão quando se diz respeitado nos EUA; e na Itália, assim como no Reino Unido, onde investiu em setores como educação, imprensa, futebol e imobiliário. Ou na Espanha, que em 2007 assinou acordos para a venda de armas a Trípoli pelo valor de 1.500 milhões de euros e esperava fechar contratos comerciais no valor de 12.300 milhões de euros, de acordo com um dos telegramas do portal WikiLeaks, enviado pelo embaixador dos EUA em Madrid.
Desde que há seis anos o Governo Bush decidiu condenar o sanguinário Sadam Hussein e tirar Kadafi do ostracismo, esquecendo seus numerosos atos de terror, o ditador líbio usou seu poder absoluto, seus fundos soberanos – o dinheiro líquido procedente dos ganhos com o petróleo – e, em menor escala, suas empresas familiares para investir no Ocidente, reerguer seu país com a ajuda de empresas estrangeiras e ajudar a capitalizar muitas companhias importantes da Europa e dos EUA.
Leia no original a íntegra do artigo em El tirano que compró a Occidente

Fonte: http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2011/02/27/o-tirano-que-comprou-ocidente-365930.asp
Adaptação de vídeo e título: Nilson Mesquita

sábado, 26 de fevereiro de 2011

A Hora do Planeta no Brasil - Vamos participar - Dia 26 de março de 2011






A Hora do Planeta, conhecida também como Earth Hour, já tem data definida em 2011. No dia 26 de março, às 20h30, está marcado para apagarmos as luzes durante 60 minutos como mobilização para alertar sobre o aquecimento global. O que começou com apenas uma cidade em 2007, em Sidney, Austrália, tornou-se uma ação envolvendo milhões de pessoas em mais de 4.400 cidades de 128 países.

Mais uma vez, o Brasil vai promover a Hora do Planeta. Este ano, a Frente Nacional de Prefeitos (FNP) aderiu à campanha e irá fazer um trabalho multiplicador da mobilização para os municípios. “A ideia é colocar o Brasil em destaque nesse movimento mundial, com uma participação intensa e criativa”, comemorou Regina Cavini, superintendente de Marketing do WWF-Brasil.

“É nos municípios que a vida da população acontece. É preciso aproveitar o poder de engajamento das prefeituras e dos prefeitos para mobilizar a população. Esperamos que pelo menos 10% dos municípios brasileiros participem oficialmente do movimento”, afirmou João Coser, prefeito de Vitória (ES) e presidente da FNP, durante assinatura do termo de adesão à Hora do Planeta.

A FNP é suprapartidária e reúne cerca de 400 prefeitos de grandes e médias cidades, além de regiões metropolitanas, e tem entre suas afiliadas as 26 capitais e 110 cidades com mais de cem mil habitantes, ou cerca de 40% da população brasileira.
Em 2010, brasileiros de 98 cidades, incluindo 20 capitais, apagaram as luzes e demonstraram preocupação com o aquecimento global. Ícones nacionais como o Cristo Redentor, a Ponte Estaiada, o Congresso Nacional e o Teatro Amazonas ficaram no escuro por 60 minutos



sidney
A cidade de Sidney durante a campanha de 2008 / Foto: WWF
Na primeira edição da Hora do Planeta, 2 milhões de pessoas apagaram as luzes. Em 2008, mais de 50 milhões de pessoas no mundo aderiram à ação. Em 2009, quando o WWF-Brasil realizou pela primeira vez a Hora do Planeta no Brasil, quase um bilhão de pessoas no planeta desligaram as luzes. Alguns dos mais conhecidos monumentos mundiais, como as pirâmides do Egito, a Torre Eiffel, a Acrópole de Atenas e até mesmo a cidade de Las Vegas ficaram no escuro.


Fonte: http://www.ecodesenvolvimento.org.br/posts/2011/fevereiro/a-hora-do-planeta-no-brasil-conta-com-o-apoio-da

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Marina Silva critica flexibilização de licenciamentos ambientais defendidos pelo governo federal

Elaíze Farias, do A Crítica

Durante aula magna de abertura do ano letivo da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), nesta terça-feira (22/2), ex-senadora Marina Silva (PV) criticou a flexibilização dos licenciamentos ambientais realizados por decretos propostos pela presidente Dilma Rousseff para acelerar processos de funcionamento de usinas.
Segundo Marina, se avaliasse do ponto de vista da “sustentabilidade política”, Dilma não sentiria respaldo para flexibilizar os licenciamentos.
“Ela (Dilma) diria para os ministros dos transportes, do meio ambiente, da ciência e tecnologia e das minas e energias que lançaria mão de todos os meios para promover a luta de levar energia e ao mesmo tempo preservar os ecossistemas”, afirmou Marina Silva, para uma plateia de aproximadamente 1, 5 mil pessoas no auditório Eulálio Chaves, no campus da Ufam, em Manaus.
No entanto, Marina evitou associar suas declarações aos licenciamentos ambientais concedidos aos recentes projetos de construção de hidrelétricas na Amazônia.
Pragmatismo
A disputada palestra de Marina Silva foi assistida não apenas por alunos veteranos e calouros e professores, mas também por políticos amazonenses, representantes da Câmara Municipal e Assembleia Legislativa. O poeta Thiago de Melo também era um dos espectadores.
Marina Silva também defendeu a preservação de bens simbólicos e culturais de Manaus, como o Encontro das Águas, e criticou a construção de empreendimentos na área.
Sobre este tema, ela fez uma comparação com o morro Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro.
“Ter o encontro das águas preservado serve para todos nós amazônidas. Vamos pensar pragmaticamente no Pão de Açúcar. Alguém muito pragmática e objetiva teria coragem de transformar aquela pedra grande em brita para ganhar dinheiro?”, questionou.
Ela também criticou a utilização “indevida” do termo sustentabilidade e defendeu a possibilidade de haver “transformação com preservação”, citando um autor de sua preferência.
“Hoje muitas pessoas estão usando indevidamente o nome sustentabilidade apenas para apelidar suas atividades”, observou.
Utopia
Sem esquecer o tema escolhido para a palestra, “Juventude e Sustentabilidade”, Marina defendeu a necessidade de se manter “os sonhos” e as “utopias”.
“Gostaria de ser mantenedora de utopias”, afirmou a ex-senadora, citando como seus “mecenas” da vida política e acadêmica o sociólogo Florestan Fernandes (1920-1995), a filósofa Marilena Chauí e os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso, este, contudo, na sua fase como sociólogo.
Também lembrou, com orgulho, sua passagem pelo PT, dizendo que “sem o partido ela não estaria na vida política”.
Lacan
Marina Silva manifestou seu ponto de vista a partir das dimensões de sustentabilidade estética, ética e política. Estas foram adicionadas pela própria
Marina às outras quatro estabelecidas pelas Nações Unidas: sustentabilidade ambiental, cultural, social e econômica.
Para defender a necessidade de preservar o meio ambiente para as gerações futuras citou concepção teórica do psicanalista Jacques Lacan (1901-1981).
“Eu chamo de aliança intergeracional. O Lacan chamava de laço social, que é a capacidade que eu tenho e estar aliançada com aqueles que virão após mim”, destacou.
Fonte: (Instituto CarbonoBrasil)/Mercado Ético

Lixo Extraordinário

Assisti ontem o documentário "Lixo Extraordinário" de Vik Muniz. Fazia tempo que não via um trabalho de Responsabilidade Social tão completo. No filme percebe-se a visão social dos personagens envolvidos e dá alternativas viáveis de tratar a questão social sem demagogia e sem deslumbre.
Por outro lado mostra o quanto ainda precisa ser feito para que todos tenham uma vida digna. Uma das personagens, Selma, uma das catadoras, aborda a questão da dignidade das escolhas, o que é melhor, ser catadora de lixo ou se prostituir nas esquinas das ruas, rodar bolsinha? Apesar de um documentário, apresenta um enredo bem forte, é emocionante do início ao fim e todos saem esperançosos de que é possível mudar o mundo.
Vejam abaixo o trailer do documentário:




Este é o Vik Muniz, antes de ser artista podemos considerá-lo um Cidadão do Mundo



Vejam as principais obras apresentadas no documentário:





Vejam uma trecho da análise de Carina Toledo

"Conhecer as pessoas que trabalham no lixão é um dos pontos mais interessantes do documentário. É a partir dali que aquelas pessoas observam o mundo. Classificam o que é lixo de rico e lixo de pobre, imaginam uma pessoa com base na sua mala-direta e têm acesso à literatura de peso e passam a criar suas próprias interpretações - "Ah, Nietzsche era um cara que tinha uma filosofia muito maneira", explica Tião, presidente da Associação dos Catadores do Jardim Gramacho.
À medida que os catadores passam a fazer parte do processo de criação de Muniz fica evidente que não há como sair inalterado do encontro com outros modos de vida e com a arte. É o choque pós-moderno da casta marginalizada com o artista best-seller, como se estivessem saindo da caverna pela primeira vez."

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Livros de Plástico - Mais uma novidade da Tecnologia Ambiental - O lixo virando livros


VEJA AQUI O VÍDEO DO PROGRAMA CIDADES E SOLUÇÕES: Um destino nobre para um resíduo que aumenta a cada dia, se acumulando em aterros sanitários e lixões: o plástico reciclado pode, agora, se transformar em livros. O resultado é um material bonito, durável e que permite o uso de menos tinta na impressão. A novidade já começa a ganhar escala no Brasil.

Por Marina Saraiva







segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

O Rio Xingu e a Barragem de Belo Monte - Um dilema sem fim

Imagem de Papel Social

Há mais de 20 anos que dura a polémica sobre a construção da  barragem de Belo Monte na bacia do Rio Xingu, na Amazónia, Brasil,  que obteve licença ambiental em Fevereiro de 2010.
Para além dos efeitos nefastos no equilíbrio dos ecossistemas da região, na biodiversidade e nas populações locais,  dezenas de especialistas  apontaram falhas nos estudos de impacte ambiental e lançaram dúvidas sobre a eficiência económica e energética daquele que o governo do Brasil quer que seja a terceira maior barragem do mundo.


"O Complexo Hidrelétrico de Belo Monte pode vir a ser um dos maiores desastres sociais e ambientais da história da Amazônia
Se construído, vai desviar e secar o Rio Xingu em um trecho de 100 quilômetros, conhecido como a Volta Grande, deixando o rio seco e povos indígenas, ribeirinhos, populações extrativistas e agricultores familiares sem água, peixe e meios de transporte. Além disso, vai inundar uma área de 668 quilômetros quadrados, inclusive parte da cidade de Altamira, contribuindo para a perda da biodiversidade, o aumento de doenças como a malária, emissões de gases de efeito estufa e outros graves problemas socioambientais.

Economistas, engenheiros e outros especialistas têm demonstrado que Belo Monte, cujo custo pode chegar a mais de R$30 bilhões, não é um projeto economicamente viável. Mesmo assim, o governo federal  tem pressionado o BNDES a utilizar dinheiro do contribuinte brasileiro e de fundos de aposentadoria de empresas estatais para bancar um empreendimento como este, que é altamente arriscado.

Existem caminhos muito melhores para promover o desenvolvimento sustentável da Amazônia, com respeito e envolvimento das populações locais e para atender às legitimas necessidades de energia do país, como investimentos em eficiência energética e fontes verdadeiramente limpas, como solar e eólica."



A petição referida no vídeo já não está activa, mas está a petiçãoda Avaaz contra a construção desta barragem:

"Para Presidente Dilma Rousseff:
Nós pedimos que a senhora impeça a construção do Complexo Hidrelétrico de Belo Monte. Ao invés deste projeto desastroso, do ponto de vista ambiental, social e econômico, por favor, invista em eficiência energética e fontes verdadeiramente limpas e renováveis; proteja os direitos de populações indígenas e comunidades locais; e apoie o desenvolvimento sustentável que protege vidas e ecossistemas."

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Bem-te-vi


Lembrança de todas as infâncias,
O mais comum dos passarinhos,
Seu canto sem encantos,
O faz feliz no seu ninho.

Não foge dos homens e nem dos meninos,
É que nem cachorro e gato,
Nas cidades, nos quintais e nas praças.
Se apresenta como amigo,
Mas fica longe por cautela,
Pois entende que a humanidade,
Não cresceu e ainda tem instinto de rapina.

Como seria bom,
Que pudesse se expressar na linguagem dos humanos,
Imagino que diria:
- Quero amar e viver
- Esse amor antigo,
- Dizer no meu cantar,
- Voar por entre todos,
- Sem os estilingues e as pedradas,
- Sentar nos dedos e nos ombros,
- Quem sabe até arranjar um quartinho em vez de gaiola,
- Que eu possa viver livre sem essa idéia de enfeitar,
- Sem morar em viveiro,
- Nem no cativeiro,
- Só queria ser um passarinho e viver entre os homens,
- Nunca mais seria arisco, nunca mais voaria para longe,
- Seria eu mesmo no meu pequeno canto,
- Criaria novas cantigas de tão cheio de encantos,
- Nunca mais seria igual, os homens estranhariam,
- Se hoje continuo me aproximando,
- Nesse dia de encontro,
- Seria um passarinho feliz,
- Diria para meus filhotes, agora podem voar com os moleques,
- Pousar nos móveis das salas,
- Ir comer nas mesas das cozinhas,
- Beliscar a cabeça das meninas,
- Ir até o canteiro e bicar umas sementes,
- Assobiar de leve para os amigos doentes,
- Deixar-se "cuticar" até cair de rir,
- Como será bonito esse dia!
- Nunca mais esqueceria!

O Bem-te-vi de tão comum nem lhe notamos,
Como nos olha se oferecendo,
Para ser o companheiro das nossas tardes vadias,
Por isso sei que na posteridade,
Quando estivermos cansados das fantasias,
O olharemos como um emissário da harmonia,
Destacando seu carinho por todas as pessoas,
Quem sabe até conversaremos e aprenderemos sua língua,
Que de tão cantada e repetida,
Se tornará uma grande melodia,
E nos indicará quem sabe um dia,
Que o amor é um sentimento que devemos guardar para a eternidade!

Por Nilson Mesquita



Nome científico: Pitangus sulphuratus
Classe: Aves
Ordem: Passeriformes
Subordem: Tyranni
Família: Tyrannidae
Subfamília: Tyranninae
Distribuição: América do Sul, América Central e América do Norte.
Habitat: Campos e cidades
Nome comum: Bem-te-vi

CARACTERÍSTICAS

Os bem-te-vis apresentam asas regulares, arredondadas e cauda alongada. As pernas são pequenas e os dedos possuem unhas fortes e alongadas. Mede 25 centímetros, coloração parda no dorso e amarelada no ventre, sobrancelha branca e uma listra no alto da coroa que vai do amarelo claro ao laranja vivo.
bem-te-vi come de tudo desde frutas e flores até insetos e ovos de passarinhos.
O nome deste pássaro é originário do seu canto que emite um som curioso semelhante a pronúncia das palavras ‘bem te vi’. É uma das aves mais populares do Brasil.
Fonte: www.fiocruz.br

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Celebração até o fim

Excelente texto do Baka (Marcelo Aguiar), refere-se a morte de forma desassombrada e tratando-a como uma forma de viver pós túmulo. A vida é assim, tem na morte o que há de mais certo, por isso não vale a pena temê-la como se fosse algum acontecimento surpresa. 

Esse ano comemora-se o centenário de Nelson Cavaquinho e aí fico imaginando se um dia irão pelo menos pensar em comemorar o meu, afinal todos os meus amigos provavelmente estarão mortos. Acho que os mortos devem adorar os fato de serem celebrados quanto completam seus 100 anos... mas e os 99 e os 101 anos? Com certeza esses passam de graça!
E quando eu morrer como será? Queria que fosse que nem em "No Tom da Mangueira" de Cartola:
Em Mangueira
Quando morre
Um poeta
Todos choram

Vivo tranqüilo em Mangueira porque
Sei que alguém há de chorar quando eu morrer

Mas o pranto em Mangueira
É tão diferente
É um pranto sem lenço
Que alegra a gente

Hei de ter um alguém pra chorar por mim
Através de um pandeiro ou de um tamborim
Quero que haja música e diversão, quase uma orgia! Quero que as pessoas, amigas ou não saltem, encham a pança de guloseimas, beijem amigos desconhecidos do morto (eu!), contem segredos irreveláveis uns pros outros sobre mim. Imagina as pessoas dizendo que namoram e que se conheceram no enterro de um velho amigo? Ah, admito que eu ficaria muito feliz de ser causador de tal encontro...Quero que haja música do início ao fim, da bossa à nova, do rock ao roll, da mpb à mpp e do samba ao samba. Não me importo que as pessoas queiram chorar, porque saudade vai dar, mas que chorem nostalgicamente e com sorrisos nos rostos, se não for possível, que chorem até acabarem as lágrimas para curtir a festa e a comida! Quero que haja também um corajoso para dançar em cima do caixão, já que será bem grande! Loucos serão sempre bem vindos!

Nos meus aniversários, enquanto eu estiver vivo, pretendo fazê-los para que sempre exista a tal felicidade estampada na cara de meus convidados e dos penetras! No mesmo estilo do meu enterro... Divertido!

Tomara que a vida não me tire a vitalidade de viver e que nem pense em tirar minha a vontade de morrer feliz.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Poema de Paulo Vasconcellos - Capanema/PA

É impressionante a força da cultura. Quando o homem, principalmente nos lugares longínquos se descobrir tão importante para o mundo quanto o mundo é importante para todos nós, a humanidade despertará para a felicidade. O poeta Paulo Vasconcellos consegue esse alcance e é incansável na sua campanha permanente pela cultura e por que não dizer, pela paz universal.


Amor à literatura

Sou vaqueiro sou andante
Tanjo gado, toco violão, mas não toco berrante
Preciso afinar minha escrita
Tenho a letra complicada, não é bonita
Escrevo por linhas tortas
A tinta da caneta está quase morta
Parece que não vou conseguir
Preciso ir
Devagar com o semblante firme
Não tenho pressa de chegar
Continuo olhando para o infinito
Vejo o céu azul anil
Cada vez mais bonito
Tudo o que penso está dito e escrito.

O perdão pode ser antecipado
O chão, depois da chuva que molhou teu corpo
Apresenta o cheiro do mormaço
A tua pele úmida e fria, precisa do meu abraço
A tarde se vai e a noite vem chegando
Fico de pé, pensativo e te admirando
A música suave toca na vitrola
O menino gaiteiro joga bola
O pássaro cantante pula na gaiola
A cobra venenosa na areia se enrola
O caminhão segue firme rua afora
Na cozinha, o cheiro do peixe na caçarola
A mesa posta, o candeeiro clareia a noite
O sermão é lento e demora.

O teu olhar me faz feliz
Sou menino e meu amor é fascinante
Talvez daqui pra frente
Poderei ser, quem sabe, um bom amante...
...de tudo na vida, da vida um tudo
Podendo ser até aventura
Amar as letras e a literatura.    

Autor: Paulo Vasconcellos (17-02-2011)


O poeta Paulo Vasconcellos é militante da imprensa de Capanema, cidade situada no Nordeste do Pará atuando na direção do Jornal de Capanema há 14 anos e dirigindo também a Rádio Antena C, emissora comunitária inaugurada no dia 20 de novembro de 2001. Além de diretor de programação, atua como comentarista esportivo, repórter e ancora dos noticiários jornalísticos, durante a programação da rádio. No jornal impresso, atua na direção, na edição de textos e na redação final. Atualmente administra seu Blog pessoal http://paulovasconcellospv.blogspot.com/, e a página online do jornal de Capanema, http://www.jornalcapanema.com.br/.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

O extraordinário impacto do lixo

Jairo Bouer*

Na semana passada fui ver um filme que deveria ser exibido em todas as escolas do país! “Lixo Extraordinário”, documentário que concorre ao Oscar 2011, mostra a vida dos catadores de material reciclável no aterro sanitário do Gramacho, um dos maiores do mundo, no Rio. Também mostra como a arte pode virar a realidade dessas pessoas de cabeça para baixo.
Quando a gente produz nosso lixo diário, dificilmente pensa no impacto que esses dejetos vão ter para o ambiente e para a vida de outras pessoas. Além de separar os recicláveis (o que já deveria ser uma prática regular em todos os cantos do planeta), a própria maneira como consumimos, produzimos lixo e nos livramos dele deveria ser revista.
É uma cadeia de produção assustadora! O que isso tem a ver com saúde? Tudo! Pode apostar que, quanto mais lixo produzimos, pior estamos nos alimentando!
Outro filme que me veio à cabeça quando vi “Lixo Extraordinário” foi o já clássico “Ilha das Flores” (1989), curta do diretor gaúcho Jorge Furtado que, contando a saga de um tomate, faz uma crítica ácida à nossa sociedade de consumo. Cheque aqui.
A questão ambiental ocupa cada vez mais espaço em nossas vidas. Água, energia, lixo e aquecimento global são temas que vamos ter de encarar. A ligação de tudo isso com nosso estilo de vida, nossa saúde e nosso comportamento não é uma discussão tão óbvia, mas é fundamental. Essa “ecologia” humana já é uma das bolas da vez!
Talvez o mais bonito desse filme seja justamente focar as pessoas, no impacto que o lixo produz em suas vidas, no resgate da sua auto-estima, no poder de compreensão do que é a arte e em como ela pode ser transformadora. Na semana passada, voando para o Rio encontrei um dos personagens (o Tião). Virei tiete! Como o cara é bacana! O lixo pode ser mesmo extraordinário!

* Jairo Bouer é médico formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, com residência em psiquiatria no Instituto de Psiquiatria da USP. A partir do seu trabalho no Projeto Sexualidade do Hospital das Clínicas da USP (Prosex), virou referência no Brasil sobre saúde e comportamento do jovem. Além da prática de consultório, mantém programas em TV e rádio e colaborações em jornais, revistas e sites. Este artigo foi publicado originalmente no caderno Folhateen do Jornal Folha de S.Paulo, na edição de dia 14/02/2011.
(Instituto Akatu)
Fonte: http://mercadoetico.terra.com.br/arquivo/o-extraordinario-impacto-do-lixo/?utm_source=newsletter&utm_medium=email&utm_campaign=mercado-etico-hoje

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Consciente Coletivo - Episódio 02/10 - twitter.com/institutoakatu

Origem e prejuízos dos Gases de Efeito Estufa


O que faz uma empresa ser responsável?

Gilberto Wiesel*

Com o desenvolvimento tecnológico cada vez mais acelerado, cresce a preocupação com os danos à natureza e sociedade, provocados, na maior parte dos casos, pelo uso inadequado das novas tecnologias. Nessa linha, assuntos como sustentabilidade e responsabilidade social vêm ganhando mais espaço nos ambientes corporativos.
E sua empresa, desenvolve medidas nesse sentido? Se você ainda não pensou no assunto, é bom ficar atento. No final de 2010, foi lançada oficialmente, após cinco anos de debates internacionais, a ISO 26000, conhecida como a norma da responsabilidade social.
Mas será que somente ter o certificado é suficiente? Como se tornar de fato uma organização responsável socialmente e preocupada com a não-agressão ao meio ambiente? O que isso representa no desempenho das atividades de sua empresa? Antes de tudo, é fundamental criar uma ideia mais abrangente sobre o tema, deixando a teoria de lado e colocando em prática atitudes concretas. Para isso, a educação corporativa deve ser um dos primeiros passos de uma empresa que pretende estar alinhada com a responsabilidade social e a sustentabilidade. Assim, podemos apontar, como uma das medidas iniciais, a conscientização dos funcionários sobre a importância de simples ações, como desligar as tomadas dos aparelhos inativos.
Outra atitude que une o desenvolvimento econômico a baixos níveis de desperdício de recursos, por exemplo, é a diminuição da distância entre a empresa e seus fornecedores. Tal ação proporciona transportes de mercadorias e serviços com baixo gasto de combustíveis fósseis, um dos grandes responsáveis pelo efeito estufa. Além disso, medidas como essa, que aliam questões ambientais, preocupação social e crescimento econômico, garantem efeitos positivos a longo prazo, como o reconhecimento e a posição bem-sucedida no mercado.
Atualmente, os consumidores buscam empresas éticas, que estejam seriamente preocupadas com o meio ambiente e a qualidade de vida da população. É o caso, por exemplo, das novas gerações de clientes, os chamados y´s e z´s, jovens exigentes que valorizam cada vez mais organizações responsáveis, conhecedoras dos problemas sociais e comprometidas de maneira efetiva com os desafios ambientais. Por isso, compreenda as características e necessidades de seu público para elaborar de forma assertiva mudanças no funcionamento da empresa.
Além disso, segundo um estudo realizado pelos Institutos Akatu e Ethos, mais de 80% dos consumidores apontam o desenvolvimento de ações no ambiente de trabalho como um fator importante para que a empresa seja considerada socialmente responsável. Por isso, desenvolver ações inclusivas é também estar alinhada com os conceitos da responsabilidade social. Então, valorize as diferentes pessoas do corpo de funcionários de sua empresa. Promova a entrada de deficientes físicos no espaço profissional e dê a eles condições adequadas de trabalho. Assim, você garantirá o respeito de seus dois tipos de clientes, os internos, responsáveis pelo bom desempenho da organização, e os consumidores, fieis aos produtos e serviços que sua empresa oferece.
Transforme as teorias sobre responsabilidade social em medidas concretas e torne isso um diferencial do seu negócio frente à concorrência. Pense em ser socialmente responsável, reflita sobre as agressões ao meio ambiente e mantenha o desenvolvimento econômico. Mas pratique algo diferente dos outros: crie soluções efetivas nesse sentido e ganhe destaque no cenário corporativo! Divulgue menos e faça mais, por sua empresa, pelos clientes e pelo planeta!
*Gilberto Wiesel é conferencista, consultor e diretor do Grupo Wiesel.
**Publicado originalmente no site Cliente SA - http://www.clientesa.com.br/artigos/41458/o-que-faz-uma-empresa-ser-responsavel/ler.aspx.
(Envolverde/Portal do Meio Ambiente)