sábado, 11 de abril de 2015

Vida após a morte


           Um dos grandes momentos do cinema é o diálogo fascinante entre o Hobbit Pippin e o Mago Gandalf, no filme O Senhor dos Anéis, O Retorno do Rei. Claro que deve-se respeito às crenças e religiões, as quais entendem de forma diversa a vida após a morte, tema do diálogo dos dois personagens.

Em meio a uma guerra terrível, a conversa inicia-se com Pippin olhando para Gandalf com olhos marejados e medrosos:

Pippin – Nunca pensei que o fim seria assim...

Gandalf - Fim? Não, a jornada não acaba aqui. A morte é apenas um outro caminho que todos temos que tomar. A cortina cinza deste mundo se enrola e tudo se transforma em vidro prateado. E então você vê...

Pippin – O quê, Gandalf? Vê o quê?

Gandalf -  Praias brancas... e além, os campos verdes longínquos sobre um belo amanhecer....

Pippin – Não é tão ruim!

Gandalf – Não! Não é!

É fascinante, belo e poético ver os dois se deliciando com essa ideia de vida futura que todos nós vivenciaremos. Esquecem a guerra, as dificuldades, o ódio e momentaneamente se perdem na felicidade do momento que chamamos de morte.

Toda religião tem seu ponto de vista a respeito do assunto, fala-se de céu, inferno, nirvana, paraíso, plano espiritual, entre outros.

A Doutrina Espírita codificada por Allan Kardec na França em 1857, através do fenômeno da mediunidade, buscou informações diretamente com os Espíritos. Sobre a sensação dos Espíritos no momento da morte, em O Livro dos Espíritos, diz o seguinte (...) ensina-nos a experiência que, por ocasião da morte, o períspirito (corpo espiritual) se desprende mais ou menos lentamente do corpo físico. Nos primeiros instantes, o Espírito (alma) não compreende sua situação; não acredita que morreu; sente-se vivo; vê seu corpo de lado, sabe que é o seu e não entende porque está separado. Essa situação dura enquanto haja qualquer ligação entre o corpo e o períspirito (corpo espiritual).

Em outro item relata: “Na sua volta ao mundo espiritual, o Espírito encontra todos aqueles que conhecera na Terra e todas as suas existências anteriores se lhe desenham na memória, com a lembrança de todo bem e de todo mal que fez”. (...) não ocupam uma região determinada e circunscrita; estão por toda parte no espaço e ao nosso lado, vendo-nos e acotovelando-nos de contínuo. É toda uma população invisível a mover-se em torno de nós”.

O certo é que não temos porque temer a morte do corpo físico, pois estaremos retornando à nossa verdadeira pátria, o mundo espiritual, no qual sabemos que o que mais interessa é o nosso estado de consciência, constatando-se aí que todos os bens materiais que tanto nos preocupamos na vida física perdem o sentido.

É essa condição íntima que determina nossa situação nesse mundo deslumbrante e invisível para nós que ainda estamos no corpo material.

Assim podemos dizer com toda a certeza, a morte não existe, é apenas uma transformação, onde um mundo novo e deslumbrante se apresenta para nossos sentidos espirituais e aí temos finalmente nosso verdadeiro encontro com nossa intimidade, não podendo mais esconder nosso comportamento e caráter seja dos nossos semelhantes ou de nós mesmos.

Pro nosso consolo é bom lembrar o que disse o personagem Pippen sobre a morte no filme O Senhor dos Anéis, “não é tão ruim assim”.

Caboco Nirso