sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Ainda não virou moda ser ético

As eleições que passaram ficam como base para algumas reflexões. Compra de votos foi comum. Sem escrúpulos nenhum, alguns candidatos dotados de uma hipocrisia grosseira e asquerosa passaram por cima da lei e distribuíram muitos reais a custa de míseros votos. O eleitor foi sugado ao máximo, aproveitado na sua ignorância eternizada pelos próprios corruptores. As decisões políticas de muitas câmaras estão agora sujeitas a violação de ladrões de consciências.
Defender ética não passa de uma ação avessa a esse mundo, esse mesmo mundo de homens investidos de falsa moralidade. Serei taxado de abestado, alienado, ingênuo e sem noção. Como pode alguém querer ser correto na política? Isso não pode existir. A busca pela paz de espírito, sinônimo de paz de consciência, ainda perambula nos submundos marginais desse universo decadente.
A promiscuidade de que se investiu o mundo político, numa busca frenética pelo poder, tem seu ponto culminante, infelizmente nas eleições. Não há propostas, não há interesses pelo povo, nem amor pelas massas. Economiza-se para enganar, rouba-se de muitos para ludibriar muitos mais, sorrir-se com falsidade para se apoderar do outro.
Os publicitários das campanhas não se importam com nada das propostas dos candidatos, miram incessantemente na vitória das urnas e mudam a postura de seu cliente conforme o único interesse, ganhar a eleição. Tudo que importa é a faixa de político eleito, o resto fica para segundo, terceiro e outros planos.
Ética é coisa de fracassado. Não se encaixa na grandeza orgulhosa do vencedor. Coisa pequena, defendida por gente sem condições de governar.
Porém, a história nos coloca diante de um outro lado. Gandhi, o grande pai da independência da Índia transformou o mundo sem fazer nenhuma obra material, sua grande construção foi o pacifismo e sobre sua pequenez e magreza o grande país do oriente tornou-se livre dos orgulhosos ingleses. Martin Luther King, um negro discriminado em seu próprio país, tornou-se famoso pela sua luta contra o racismo e transformou a frase, “Eu tenho um sonho” em um ícone de motivação para um mundo melhor, com igualdade de direitos. Aqui no nosso Brasil um baixinho bigodudo chamado Rui Barbosa, tornou-se gigante em sua luta pelo engrandecimento de nosso país, colocando seu belo discurso a favor da promoção dos direitos e das garantias individuais. Um outro Barbosa, chamado Joaquim, negro, vindo de camadas sociais desvalidas, transforma-se pela sua determinação e honradez na grande esperança contra a impunidade, ele está lá no Superior Tribunal Federal, em Brasília, colocando no seu devido lugar grandes artífices do mau-caratismo da República Federativa do Brasil.
Não há nenhuma beleza no mau, mas ele é audacioso, se apresenta como salvador dos pobres e oprimidos e leviano que é não tem o menor escrúpulo em mentir descaradamente.
O bem, porém é infinitamente superior e tem um pequeno defeito, é tímido, não sabe, não conhece sua própria grandeza, precisa se expor mais, acreditar que pode dominar o mundo. Seu maior cabo eleitoral é simplesmente Deus, o Criador.

Caboco Nirso