domingo, 23 de dezembro de 2012

Educar os sentimentos, uma reflexão para a superação na vida



Existem três palavras muito importantes, conhecimento, atitude e sentimento. Todos nós podemos adquirir com certa facilidade muitos conhecimentos, nossa mente está preparada para abordar uma infinidade de informações, das quais uma pequena parte é armazenada e retida na memória indo juntar-se com outras mais. A busca pelo conhecimento deve ser contínua, envolvendo uma vida inteira, culminando se possível com o último suspiro do ser humano antes de partir para a vida maior.

Só o conhecimento, porém não nos torna pessoas completas, precisamos decidir o que fazer com ele e para isso O Criador nos proporcionou o direito de escolher, o que denominamos Livre Arbítrio. Muitos de nós não arredamos os pés do lugar, mantemo-nos indiferentes aos acontecimentos, o que culmina muitas vezes em uma vida vazia, desprovida de obras e de ações no bem.  É necessário caminhar, ter liberdade de escolher seu próprio caminho, o que não significa despreocupação ou irresponsabilidade com as consequências, estas muitas vezes podem consumir uma grande parte de nossas vidas, como efeito de pequenas e insignificantes inconsequências. “A semeadura é livre, a colheita, porém é obrigatória”.

A atitude positiva e proativa diante dos fatos significa ir ao encontro dos nossos objetivos, queremos sempre acertar, as intenções são as melhores possíveis, entretanto erramos, acertamos, mudamos os rumos e pegamos atalhos. Os atropelos, os obstáculos, não passam de experiências para nos tornarmos melhores e o que chamamos de sofrimento são as melhores oportunidades de crescimento pessoal. Sofrer não é bom, mas diante da dor, podemos buscar a serenidade e refletir sinceramente no porque dos acontecimentos. Algo nos dirá que tudo está no seu devido lugar, as pessoas com as quais convivemos são as melhores para nós, a cidade em que moramos é o melhor lugar do mundo para se viver, o nosso trabalho é uma benção, estamos vivendo na melhor época de todos os tempos e tudo o que acontece conosco não é por acaso e sim parte de um planejamento maior para nos beneficiar. Sem pensar assim, estaríamos negando a existência de Deus. Sim, Deus existe, ele é Pai, é eterno, é perfeito, é infinitamente justo e bom, conhece nossa origem e nosso futuro. Isso tudo nos leva a deduzir que nossa salvação ou felicidade eterna é apenas uma questão de tempo.

Podemos decidir ser bons, fazer o bem e a tudo superar apenas com a força da nossa determinação. O conhecimento e a atitude são fundamentais. O que buscamos, no entanto, como criaturas divinas, o que nos impele ao crescimento é ser a própria mensagem daquilo que dizemos e fazemos. Para isso vamos ter que “ralar”, exercitar o bem, praticar a solidariedade, vencer nosso comodismo, superar a nós mesmos como seres em franca evolução, desenvolver a paz em si, viver cada dia como se fosse o único de nossas vidas. O sentimento desenvolvido e maduro não tem limites. “No seu ponto de partida, o homem só tem instintos; mais avançado e corrompido, só tem sensações; mais instruído e purificado, tem sentimentos; e o amor é o requinte do sentimento. Não o amor no sentido vulgar do termo, mas esse sol interior, que reúne e condensa em seu foco ardente todas as aspirações e todas as revelações sobre-humanas. A lei do amor substitui a personalidade pela fusão dos seres e extingue as misérias sociais (Evangelho Segundo O Espiritismo)”.

Poucos vivenciaram a grande mensagem, “amai-vos uns aos outros”. Praticaram essa verdade espontaneamente como um sentimento implícito e natural de suas personalidades e caráter. Apenas um homem, no entanto mostrou condições para completar a frase e disse: “como eu vos amei”, Jesus, que sabia da importância de amar, decidiu amar e amou de verdade como apenas ele foi capaz.

Muita paz a todos, feliz fim do mundo e um grande recomeço!

Caboco Nirso

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

O que podemos aprender com hippies e punks

O que podemos aprender com hippies e punks: Absorvidos aparentemente pelo mercado, eles retornaram pela atualidade de sua crítica radical ao consumismo e desejo de produzir com autonomia

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Mestre Cartola




Poesia viva, penetrante!
Vai no âmago do coração,
percorre o corpo,
arrepia os pelos,
minhas lágrimas quase rolam repentinamente.
Oh! Cartola, onde estás?
onde me levarás com essa divina poesia do morro?
A música então,
mais poesia,
mais harmonia,
me delicia os ouvidos,
é o verdadeiro amor,
é a paz melódica que voa e me faz voar,
é a droga alucinante que dorme
ou sempre existiu em mim e eu não sabia.
Muito obrigado Mestre Cartola
pelo voo que deste sobre esse pobre planeta terra
que não te suportou a existência
e só se conformou quando se integrou literalmente ao teu corpo,
pó divino,
substância biológica das mais íntegras.

Caboco Nirso

domingo, 18 de novembro de 2012

Vetos presidenciais ao Código Florestal estão no Diário Oficial

Os nove vetos presidenciais ao Código Florestal, aprovado pelo Congresso Nacional em setembro, foram publicados na edição de hoje (18) do Diário Oficial da União. O principal deles retira do texto a flexibilização para a recuperação de áreas de preservação permanente (APPs) nas margens de rios.
A chamada regra da “escadinha”, que prevê obrigações de recuperação maiores para grandes proprietários rurais, foi devolvida à lei por decreto presidencial, publicado também na edição desta quinta-feira no Diário Oficial. Os produtores rurais terão que recompor entre 5 e 100 metros de vegetação nativa das APPs nas margens dos rios, dependendo do tamanho da propriedade e da largura dos rios que cortam os imóveis rurais.
decreto publicado hoje também traz normas gerais aos Programas de Regularização Ambiental (PRA) e define como será o funcionamento do Cadastro Ambiental Rural (CAR), que suprem possíveis vácuos na lei deixados pelos vetos.
Pelo texto, o Cadastro Ambiental Rural é um registro eletrônico de abrangência nacional, que servirá para compor a base de dados do governo para “controle, monitoramento, planejamento ambiental e econômico e combate ao desmatamento”. Entre os dados que o integrarão estão informações do proprietário ou responsável pelo imóvel rural, planta do perímetro do imóvel, da localização dos remanescentes de vegetação nativa, das APPs, das Áreas de Uso Restrito, das áreas consolidadas e da localização das Reservas Legais.
Ontem (17), a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse que os vetos foram pontuais, apenas para recuperar os princípios que estavam na proposta original do governo, que significam “não anistiar, não estimular desmatamentos ilegais e assegurar a justiça social, a inclusão social no campo em torno dos direitos dos pequenos agricultores”.
Por: Thais Leitão 
Fonte: Agência Brasil – EBC
Edição: Talita Cavalcante

A droga da droga. O que fazer?

A droga da droga. O que fazer?

Arte de ser criança

Arte de ser criança

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

O Mistério da arte


Não sei fazer arte
Mas quero tanto a arte
Que acabo sendo artista
A arte é bela
É sábia
Doida, desatinada.

O artista nasce da vivência
Não sabe nunca aonde vai
Mas chega
E bem
E chora e ri.

Não me iludo com o talento
Tento!
Me alucino com os poetas
Imito-os.

Eu quero a arte para mim
Pra que todos a vejam
A minha arte é só minha
E a quero universal.

Caboco Nirso
31/11/12

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Ainda não virou moda ser ético

As eleições que passaram ficam como base para algumas reflexões. Compra de votos foi comum. Sem escrúpulos nenhum, alguns candidatos dotados de uma hipocrisia grosseira e asquerosa passaram por cima da lei e distribuíram muitos reais a custa de míseros votos. O eleitor foi sugado ao máximo, aproveitado na sua ignorância eternizada pelos próprios corruptores. As decisões políticas de muitas câmaras estão agora sujeitas a violação de ladrões de consciências.
Defender ética não passa de uma ação avessa a esse mundo, esse mesmo mundo de homens investidos de falsa moralidade. Serei taxado de abestado, alienado, ingênuo e sem noção. Como pode alguém querer ser correto na política? Isso não pode existir. A busca pela paz de espírito, sinônimo de paz de consciência, ainda perambula nos submundos marginais desse universo decadente.
A promiscuidade de que se investiu o mundo político, numa busca frenética pelo poder, tem seu ponto culminante, infelizmente nas eleições. Não há propostas, não há interesses pelo povo, nem amor pelas massas. Economiza-se para enganar, rouba-se de muitos para ludibriar muitos mais, sorrir-se com falsidade para se apoderar do outro.
Os publicitários das campanhas não se importam com nada das propostas dos candidatos, miram incessantemente na vitória das urnas e mudam a postura de seu cliente conforme o único interesse, ganhar a eleição. Tudo que importa é a faixa de político eleito, o resto fica para segundo, terceiro e outros planos.
Ética é coisa de fracassado. Não se encaixa na grandeza orgulhosa do vencedor. Coisa pequena, defendida por gente sem condições de governar.
Porém, a história nos coloca diante de um outro lado. Gandhi, o grande pai da independência da Índia transformou o mundo sem fazer nenhuma obra material, sua grande construção foi o pacifismo e sobre sua pequenez e magreza o grande país do oriente tornou-se livre dos orgulhosos ingleses. Martin Luther King, um negro discriminado em seu próprio país, tornou-se famoso pela sua luta contra o racismo e transformou a frase, “Eu tenho um sonho” em um ícone de motivação para um mundo melhor, com igualdade de direitos. Aqui no nosso Brasil um baixinho bigodudo chamado Rui Barbosa, tornou-se gigante em sua luta pelo engrandecimento de nosso país, colocando seu belo discurso a favor da promoção dos direitos e das garantias individuais. Um outro Barbosa, chamado Joaquim, negro, vindo de camadas sociais desvalidas, transforma-se pela sua determinação e honradez na grande esperança contra a impunidade, ele está lá no Superior Tribunal Federal, em Brasília, colocando no seu devido lugar grandes artífices do mau-caratismo da República Federativa do Brasil.
Não há nenhuma beleza no mau, mas ele é audacioso, se apresenta como salvador dos pobres e oprimidos e leviano que é não tem o menor escrúpulo em mentir descaradamente.
O bem, porém é infinitamente superior e tem um pequeno defeito, é tímido, não sabe, não conhece sua própria grandeza, precisa se expor mais, acreditar que pode dominar o mundo. Seu maior cabo eleitoral é simplesmente Deus, o Criador.

Caboco Nirso

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Prefeituras correm contra o tempo para cumprir a Lei de Resíduos Sólidos


Agência Câmara de Notícias

Os prefeitos que assumirem seus mandatos em 2013 terão grandes desafios para cumprir a Política Nacional de Residuos Solidos (Lei 12.305/10), que, entre outras coisas, torna obrigatório o fim dos lixões até 2014.
Além disso, a partir de agora, para receber recursos do governo federal para as ações de saneamento, os municípios precisam apresentar um plano de gestão de resíduos. Entretanto, até agora, apenas 10% deles terminaram ou estão finalizando seus planos.
“Quando as prefeituras entrarem no sistema de convênios, solicitarem um recurso para comprar um caminhão, para montar um aterro sanitário, para fazer uma intervenção na área de resíduos sólidos, terão que apresentar o plano junto com o pleito”, disse o gerente de projetos do Ministério do Meio Ambiente, Ronaldo Hipólito.
O presidente da Associação Nacional de Órgãos Municipais de Meio Ambiente, Mauro Buarque, avalia que os municípios precisam de mais tempo para finalizar seus planos de gestão. Mesmo aqueles que já começaram e estão trabalhando em conjunto com cidades vizinhas precisam correr para cumprir a meta de acabar com os lixões.
“Eventualmente, haverá consórcios para desenvolver infraestrutura para atender a mais de um município, e isso tudo leva muito tempo, porque depende de autorização legislativa, tem que tramitar em todas as câmaras dos municípios envolvidos”, disse Buarque.
Já o deputado Alberto Mourão (PSDB-SP) ressalta um outro ponto que precisa de envolvimento municipal: o retorno dos resíduos para as indústrias. “Sem os municípios, não vai se conseguir implantar a política da logística reversa, pois a indústria vai ter dificuldade de buscar esse material”, observou.
Para que os municípios cumpram os prazos da lei, Alberto Mourão defende que o governo federal e os estados homologuem os equipamentos e as tecnologias autorizadas na área de tratamento de resíduos. Ele argumenta que alguns municípios apresentam planos que depois são barrados nos órgãos ambientais estaduais e federais.
(Agência Câmara de Notícias)

domingo, 9 de setembro de 2012

Quero morrer!


Quero morrer,
Velho e caquético,
Ético,
Sem dentes,
Energético,
Supostamente senil,
Varonil.

Desajeitado e sugado,
Abobado e mijado,
Com alma lavada.

Sem barulho,
Com orgulho.

Quero morrer logo,
Que chegar aos cem,
Sem vintém,
Sem ninguém??
Não!!
Com mais de mil e cem.

Viver até o final,
Afinal,
Imortal.

Não sei não,
Razão,
Imaginação,
Visão,
Tudo em vão?
Não!!

“Velho é o mundo”,
Submundo,
Profundo.

Há de chegar meu dia,
Melodia,
Ventania,
Poesia,
E muita magia!

Vida cheia,
Com receio,
A velhice,
Quem me disse?

Quero morrer na lama,
Lambuzado,
Pitiú, todo preto,
Misturado,
Natureza,
Com leveza e enfezado.

Atônito,
Sem vergonha,
Da experiência,
Da consciência.

Caboco Nirso
08/09/12

sábado, 14 de julho de 2012

Paisagens de férias

A coroa de areia de Alter do Chão ainda submersa. Em setembro está toda de fora e aí a beleza se torna realidade 

Pássaro avistado em Alter do Chão bem pertinho da gente. 

 Saída de barcos de Santarém/PA.


Venda de mel de abelhas no mercado de Santarém/PA

segunda-feira, 11 de junho de 2012


As várias faces de Jesus

Uma das minhas curiosidades quando observo o lindíssimo tapete de serragem na festa tradicional de Corpus Christi em Capanema/PA é ver como cada grupo se expressa ao desenhar Jesus no asfalto da cidade com serragens e outros materiais reciclados. Tem Cristo sorrindo, alguns o expõem na cruz em sofrimento profundo, caminhando pelo campo, junto com os apóstolos, sentado, orando, com as mãos sobre pessoas doentes, curando-as, junto ao cálice e a hóstia, em fim, são tantas as manifestações que me fazem refletir sobre os sentimentos e pensamentos dos homens que o fazem assim.
Com seria realmente Jesus? O que ele fazia no cotidiano, no trabalho como carpinteiro, na relação com seus familiares e amigos? Como seria Jesus como líder, como mestre, como alguém que se manifesta seguramente em nome de Deus?
As imagens da serragem com certeza nos dão caminhos sobre as respostas para essas questões transcendentais e tão pessoais.
Jesus é uma expressão para cada um de acordo com seus sentimentos, ilusões, utopias, sonhos, buscas incessantes de felicidade. Cada um abre o coração de acordo com sua própria vivência no mundo.
O Jesus histórico nem é esse homem bonito de olhos azuis que Hollywood teima em nos apresentar, ilustrando-o com um padrão de beleza ocidental. O Jesus que a ciência nos apresenta era feio fisicamente e eu particularmente gosto mais dessa vertente. O Jesus bonito pode nos levar a concluir que belezas exteriores e interiores estão interligadas obrigatoriamente. Não é isso que a história tem nos exemplificado e mesmo a experiência de vida nos indica que as virtudes de uma pessoa não estão conectadas a aparência. A regra do bem proceder, a moral, é um movimento íntimo e nunca uma experiência exterior.
E Jesus salva?
Digo categoricamente que não. Jesus não salva, ele nos mostra caminhos para a salvação. E o que seria a salvação afinal de contas? Não há como não concluir que seja a felicidade que todos nós buscamos, a verdadeira felicidade, que nos traz paz de consciência, vontade de viver, busca incessante de harmonia íntima e uma cidadania universal que nos faz entender todas as formas de manifestação na direção de Deus, do próximo e de si mesmo. Jesus não fundou nenhuma religião, foram os homens com seus vários modos de entendê-lo e suas imperfeições, orgulho e egoísmo que criaram e continuam criando formas muitas vezes tão complexas de manifestação em seu nome.
Diria então que na verdade Jesus não tem nenhuma face, ele foi apenas um homem comum, que viveu em uma comunidade inexpressiva, no meio de homens que se orgulhavam do seu deus e viviam em guerra, além de que, nunca saberíamos de sua passagem pelo planeta terra, não fosse a grandeza de sua mensagem, que foram responsáveis e ainda o são, após 2012 anos pela maior revolução da humanidade, a revolução do amor.
Uma das faces de Jesus que eu gosto muito é a que Roberto Carlos em uma poesia iluminada nos presenteou intitulando-a simplesmente de: “O Homem”.
O Homem
Um certo dia um homem esteve aqui
Tinha o olhar mais belo que já existiu
Tinha no cantar uma oração.
E no falar a mais linda canção que já se ouviu.
Sua voz falava só de amor
Todo gesto seu era de amor
E paz, Ele trazia no coração.
Ele pelos campos caminhou
Subiu as montanhas e falou do amor maior.
Fez a luz brilhar na escuridão
O sol nascer em cada coração que compreendeu
Que além da vida que se tem
Existe uma outra vida além e assim…
O renascer, morrer não é o fim.
Tudo que aqui Ele deixou
Não passou e vai sempre existir
Flores nos lugares que pisou
E o caminho certo pra seguir
Eu sei que Ele um dia vai voltar
E nos mesmos campos procurar o que plantou.
E colher o que de bom nasceu
Chorar pela semente que morreu sem florescer.
Mas ainda há tempo de plantar
Fazer dentro de si a flor do bem crescer
Pra Lhe entregar
Quando Ele aqui chegar
Tudo que aqui Ele deixou
Não passou e vai sempre existir
Flores nos lugares que pisou
E o caminho certo pra seguir
Tudo que aqui Ele deixou
Não passou e vai sempre existir
Flores nos lugares que pisou
E o caminho certo pra seguir
Caboco Nirso

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Religião e religiosidade


Tem uma historinha que acho de uma singeleza e de uma profundidade tão grande, que sua simplicidade até passa despercebida.
Um velho pedreiro de nome Zé, ao sair do trabalho, totalmente esgotado por uma jornada daquelas de arrebentar, caminhava tristemente na direção de sua velha casa de palha. Muito pobre, o Zé, um homem de seus 45 anos que mais pareciam 60, passava sempre pela igreja, entrava silenciosamente, sentava em um banco qualquer e com um respeito emocionante olhava o crucifixo e dizia simplesmente:
- Jesus, eu sou o Zé e vim aqui te ver!
Ficava ali sentado, descansando e ao mesmo tempo pensando na vida. Saía dali feliz e com a certeza de que tinha se comunicado com o Mestre. Não sabia orar de forma tão bonita como tantas pessoas que frequentavam a missa e escolhia aquele momento, por se sentir envergonhado, pois analfabeto que era só sabia dizer aquela frase para falar com Jesus. Sentia-se assim, pequeno, mas dizia aquelas palavras com tanta força, com tanta compenetração, que saia da igreja como se nem tivesse trabalhado tanto. Dormia feliz.
Um dia o Zé adoeceu e foi parar no hospital, e como não tinha ninguém, ficava ali deitado esperando alguém que viesse lhe visitar, mas nada, não aparecia ninguém. Muito triste com sua solidão parecia definhar a cada dia, mas nunca lhe faltava esperança, era um homem bom e aguardava que algo acontecesse, não queria acabar seus dias no mundo, sozinho.
Certo dia quando acordou, sentiu que alguém sentava em uma cadeira que ele sempre deixava vazia ao lado da cama, estava virado para o outro lado e a expectativa era tão grande com aquela visita que não ousava se mexer, quem seria? Ficou ali, aguardando os acontecimentos. De repente, uma voz suave, ao mesmo tempo doce, terna e firme, se pronunciou:
 - Zé?
Fez-se silêncio, passaram-se alguns segundos e novamente,
- Zé?
O coração detonou em batidas fortes que mais pareciam batuque de terreiro. Então foi quando o visitante terminou a frase:
- Zé, eu sou Jesus e vim aqui te ver!
Não sei o que aconteceu com o Zé, sei que esse homem é um ser feliz e é a expressão do que se chama religiosidade. É notável como uma frase tão simplória pode conter tanta profundidade fazendo a alma transbordar em emoções indescritíveis. Deus está ali, não há necessidade de templos, de dogmas, de sacerdotes, de rituais, de belezas materiais, tudo está contido na manifestação nobre daquele homem simples do mundo. O amor, a humildade, a paz, a sabedoria profunda, faz com que ele possa pousar todos os dias sua cabeça sobre o travesseiro e dormir com a consciência tranquila.
Que importância tem que ele seja católico, evangélico, umbandista, espírita, islâmico ou budista?
Há mais amor em muitos ateus, do que em certos religiosos que aclamam Deus como se fosse propaganda de remédios.
Há mais espiritualidade no religioso que não cumpre as regras da igreja e que raramente vai ao templo, mas que participa voluntariamente de programas junto a comunidades em situação de risco social, que perdoa e que é indulgente com as imperfeições alheias.
E a religião? O que é mesmo? Peço que tire suas conclusões.
Pense no Zé!

Caboco Nirso

terça-feira, 24 de abril de 2012

Carta da Terra lança campanha mundial


Carta da Terra

Carta da Terra Internacional está lançando a Campanha de Comunicação 2012 Carta da Terra e Rio+20 com o slogan “Veja o mundo através das lentes da Carta da Terra”.
Essa campanha conta com dois vídeos de um minuto cada um para serem transmitidos através de canais de televisão, publicidade impressa ou outros. A mesma procura sensibilizar as pessoas sobre a necessidade de ver o que normalmente nao se vê, as conexões.
Se considera que uma visão compartilhada e um marco ético comum, como a Carta da Terra, são fundamentais para poder lidar de forma adequada com os desafios do desenvolvimento sustentável, estabelecer alianças e orientar nossas decisões.
Esta campanha de comunicação de 2012 procura oferecer a visão integrada da Carta da Terra como parâmetros orientadores na abordagem da economia verde e principalmente no direcionamento de soluções mais abrangentes, já que é fundamental assegurar-nos que qualquer esforço para promover as políticas e práticas de uma economia verde sigam os princípios de integridade ecológica, justiça social e econômica, democracia, não violência e paz.


domingo, 22 de abril de 2012


Relatório do Código Florestal anistia desmatadores

Rodrigo Martins, da Carta Capital
O deputado federal Paulo Piau (PMDB-MG), relator do Código Florestal, apresentou o seu parecer na tarde desta quinta-feira (19). O texto exclui parágrafos inteiros do projeto aprovado pelo Senado em dezembro passado, sobretudo os que tratam das disposições transitórias e obrigam os infratores a recompor as áreas devastadas até julho de 2008. Se aprovado na Câmara na próxima semana, isso representaria uma anistia a todos produtores rurais que desmataram ilegalmente no Brasil, além de ameaçar a existência no meio rural das Áreas de Proteção Permanente (APPs), que protegem os mananciais e matas ciliares.
Na avaliação da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, o relatório apresentado por Piau “premia os desmatadores”, na medida em que iguala os infratores a quem seguiu a lei. Um dia antes, ela afirmou a CartaCapital que seria “mais fácil encontrar uma onça pintada na Esplanada dos Ministérios do que aceitar uma anistia dessas”.
Foi uma alusão ao episódio do felino que escapou do zoológico e foi visto, dias antes, no estacionamento do Superior Tribunal de Justiça.
“O projeto do Senado prevê a troca das multas pela recuperação dos passivos ambientais. Não se trata de anistia. É o mesmo que faz a Receita com quem não recolheu o Imposto de Renda corretamente: notifica e abre a possibilidade de corrigir o erro.”
Piau insiste que o seu parecer não anistia ninguém. “Retirei esses parágrafos porque eles eram o calcanhar de Aquiles que impedia a aprovação do projeto na Câmara. Mas o texto deixa claro que, para regularizar o imóvel, o proprietário precisa ter um plano de recuperação das áreas de proteção aprovado por um técnico do Sistema Nacional de Meio Ambiente. E nenhum profissional desses aprovaria um projeto que não preservasse nenhuma faixa de mata em torno dos rios”, justifica. “Isso me parece mais razoável que Brasília fixar uma regra geral para todo o Brasil, com diversos tipos de biomas.”
(Carta Capital/Envolverde)

sexta-feira, 20 de abril de 2012


Novelas brasileiras passam imagem de país branco, critica escritora moçambicana

17/04/2012 - 15h35
Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil

Brasília - "Temos medo do Brasil." Foi com um desabafo inesperado que a romancista moçambicana Paulina Chiziane chamou a atenção do público do seminário A Literatura Africana Contemporânea, que integra a programação da 1ª Bienal do Livro e da Leitura, em Brasília (DF). Ela se referia aos efeitos da presença, em Moçambique, de igrejas e templos brasileiros e de produtos culturais como as telenovelas que transmitem, na opinião dela, uma falsa imagem do país.
"Para nós, moçambicanos, a imagem do Brasil é a de um país branco ou, no máximo, mestiço. O único negro brasileiro bem-sucedido que reconhecemos como tal é o Pelé. Nas telenovelas, que são as responsáveis por definir a imagem que temos do Brasil, só vemos negros como carregadores ou como empregados domésticos. No topo [da representação social] estão os brancos. Esta é a imagem que o Brasil está vendendo ao mundo", criticou a autora, destacando que essas representações contribuem para perpetuar as desigualdades raciais e sociais existentes em seu país.
"De tanto ver nas novelas o branco mandando e o negro varrendo e carregando, o moçambicano passa a ver tal situação como aparentemente normal", sustenta Paulina, apontando para a mesma organização social em seu país.  
A presença de igrejas brasileiras em território moçambicano também tem impactos negativos na cultura do país, na avaliação da escritora. "Quando uma ou várias igrejas chegam e nos dizem que nossa maneira de crer não é correta, que a melhor crença é a que elas trazem, isso significa destruir uma identidade cultural. Não há o respeito às crenças locais. Na cultura africana, um curandeiro é não apenas o médico tradicional, mas também o detentor de parte da história e da cultura popular", detacou Paulina, criticando os governos dos dois países que permitem a intervenção dessas instituições.
Primeira mulher a publicar um livro em Moçambique, Paulina procura fugir de estereótipos em sua obra, principalmente, os que limitam a mulher ao papel de dependente, incapaz de pensar por si só, condicionada a apenas servir.
"Gosto muito dos poetas de meu país, mas nunca encontrei na literatura que os homens escrevem o perfil de uma mulher inteira. É sempre a boca, as pernas, um único aspecto. Nunca a sabedoria infinita que provém das mulheres", disse Paulina, lembrando que, até a colonização europeia, cabia às mulheres desempenhar a função narrativa e de transmitir o conhecimento.  
"Antes do colonialismo, a arte e a literatura eram femininas. Cabia às mulheres contar as histórias e, assim, socializar as crianças. Com o sistema colonial e o emprego do sistema de educação imperial, os homens passam a aprender a escrever e a contar as histórias. Por isso mesmo, ainda hoje, em Moçambique, há poucas mulheres escritoras", disse Paulina.
"Mesmo independentes [a partir de 1975], passamos a escrever a partir da educação europeia que havíamos recebido, levando os estereótipos e preconceitos que nos foram transmitidos. A sabedoria africana propriamente dita, a que é conhecida pelas mulheres, continua excluída. Isso para não dizer que mais da metade da população moçambicana não fala português e poucos são os autores que escrevem em outras línguas moçambicanas", disse Paulina.
Durante a bienal, foi relançado o livro Niketche, uma história de poligamia, de autoria da escritora moçambicana.

Agência Brasil 
Edição: Lílian Beraldo

terça-feira, 3 de abril de 2012

Rádio pirata ou políticos piratas?

Outro dia ouvi de uma rádio um alerta a ilegalidade das rádios piratas. Sem defender a pirataria, fico pensando na injustiça de vermos um grande número de concessões de veículos de comunicação nas mãos de políticos que legislaram em causa própria e trabalham para se perpetuar no poder. É só uma reflexão rápida para pensar no tempo que é necessário para encerrar esse ciclo odioso.

domingo, 1 de abril de 2012

Olhar a claridade


A imagem me lembra toda escuridão que deixamos pra traz todos dias e a claridade que temos pela frente quando avançamos com nossos ideais.

sábado, 31 de março de 2012

Imagem, poesia e natureza!


Muitas vezes a imagem é mais forte que as palavras, a poesia presta reverência, a prosa se contêm diante da beleza e fica quieta olhando. 
Essas águas espelhadas, 
com sua turbulência suave, 
o cachorro na ponte, 
a canoa ancorada, 
a brisa invisível, 
o ar preso, pasmo.
 Até parece o "céu de Dante", que por não existir se torna mais belo. 
E como será sob as águas?
imagino os peixes nadando suavemente, 
uns bicando o fundo arenoso, 
outros, nas águas medianas, 
orgulhosos em seus cardumes. 
Os predadores espreitando, 
as plantas aquáticas balançando ao movimento das correntes. 
O homem lá fora, às margens, se deliciando, 
amando a natureza com sua harmonia gratuita. 

Caboco Nirso

sexta-feira, 30 de março de 2012

Quem vai querer pupunha?


Eu vi a pupunha na rua,
várias pupunhas, de todas as cores, de vários tamanhos,
fervidas e cruas, na rua de Capanema/PA. 
Quando ia passando, o colorido me cercou,
colou em mim, devorou meu paladar. 
Distribui com meus amigos, quem sabe até com os inimigos,
mas foi muito bom ver a pupunha na rua, 
melhor ainda, de verdade, foi levá-la pra casa, 
vê-la fervendo na panela, sentir seu cheiro 
e finalmente me deliciar saborosamente com café bem quentinho.

Ni

sábado, 24 de março de 2012

Quando alguém famoso morre

Quando alguém famoso morre, podem existir dois tipos de reação.

A primeira é a do emocionalismo demagógico, principalmente no meio espírita, que esquece os milhões de anônimos e busca capitalizar a "obrigação" do sujeito de se posicionar sempre no sentido de que tal pessoa seria um missionário, homem de Deus, coisas do gênero. Mas, hoje não vamos nos ocupar disso.

Vamos nos ocupar da segunda reação possível e a única racional, progressista, evolucionária. Quando alguém famoso morre e é reconhecido como pessoa positivamente marcante na história ou cultura de um povo, seria o caso de nos perguntarmos por que tal pessoa seria famosa. Pode ser por imposição de mídia, imposição politica, manipulação institucional, fazendo pintar uma figura que não é exatamente aquilo que foi mascarado. Mas, pode ser, e queremos que seja na maior parte das vezes, porque a pessoa falecida simplesmente era uma boa pessoa, que por méritos próprios alcançou uma opinião majoritária entre as demais como "pessoa de bem".

Essas pessoas não precisam estar na frente de holofotes. Podem ser famosos internacionais, nacionais, regionais, locais... pode ser o famoso do bairro. São famosos porque permitiram que o seu trabalho sedimentasse e prosperasse em beneficio material, espiritual ou emocional de muitas pessoas. São artistas? Podem ser. São políticos altruistas? Por que não? São lideres sindicais, religiosos? Sim. Líderes de comunidades? Trabalhadores discretos que ensinam algo a alguém? Estes são a maioria. São famosos, mas somente por quem foi beneficiado por eles.

Estas pessoas só são famosas porque optaram por não levar uma vida "arroz-com-feijão". Não se contentaram em acordar pela manhã, ir ao trabalho, voltar para casa, reclamar do trabalho, ver novela e ir dormir sonhando na viagem de fim de ano para o litoral, para, no dia seguinte acordar pela manhã, ir ao trabalho...

Ou seja, são pessoas reconhecidas porque romperam este ciclo. Optaram por não levar uma vida mediocre de mesmice e adotaram o lema de que queriam deixar algo para o mundo, construindo algo a partir de si mesmos, deixando sua marca e a si mesmo como referência. Não se contentaram com o dia a dia. Não adotaram o cotidiano. Optaram, enfim, por fazerem parte da grande revolução que marca o progresso do processo civilizatório deste planeta.

E você?

quarta-feira, 21 de março de 2012

Quem é o político corrupto

Aproxima-se mais uma eleição e já se mostram na mídia insistentes e demagógicas investidas disfarçadas de caridade, cidadania ou até responsabilidade social. Posso afirmar meus caros amigos que praticamente 100% dessas aparições caridosas, entrega de presentes, cestas básicas, ajuda com medicamentos, não passam de meios para iludir pessoas ingênuas e cheias de esperança. É o momento dos salvadores da pátria, dos "caçadores de marajás" mostrarem-se com seus discursos vazios de profundidade moral. São lobos na pele de cordeiros! Não nos iludamos com suas promessas, seus sorrisos iluminados como se fossem nossos melhores amigos, mentores de nossas vidas, mestres da sabedoria, visionários da sociedade feliz.

Cuidado! atenção! os corruptos estão aí, nesse momento, disfarçados, escondidos, prontos para dar o bote, como serpentes que se esgueiram silenciosamente, entocadas nessa falsa compaixão que faz com que muitos deem a própria vida para defendê-los.
  
O político corrupto é um sábio do mal, mestre do verniz social. Tem um magnetismo pessoal invejável, é inteligentíssimo, tem visão exemplar do mundo, conhece de psicologia pessoal como ninguém, mostra-se como se fosse um santo, mas é um grande egoísta, pois usa toda sua capacidade, suas múltiplas inteligências em causa própria. Na multidão de votos que busca, vê apenas a montanha de dinheiro que vai ganhar. Nas parcerias políticas que faz enxerga não mais do que degraus para subir e se tornar mais poderoso. O dinheiro que investe em campanha é todo super planejado para enriquecer seu próprio futuro.
  
E a sociedade, e as pessoas que lhe defendem com todo ardor nas campanhas políticas? saibam que pra ele, não passam de marionetes, bonecos ou peças de um jogo de xadrez cujo único rei e vencedor tem as cartas marcadas, por ele, o grande corrupto, aquele que mandará mais que o povo, que será ovacionado com se fosse um deus. O sonho do político corrupto é um verdadeiro pesadelo para o povo que ele clama nos palanques, ele será seu algós na saúde, na educação, na cultura, no saneamento básico, ele votará contra tudo quanto for bom para o povo e ruim pra ele. Montará estratégias impressionantes para subir cada vez mais em poder, nunca terá escrúpulos quando for preciso passar por cima de alguém para atingir seus objetivos, é perverso e frio, não tem sentimentos, mas se apresenta como uma mãe bondosa e justa para aqueles que buscam sua ajuda. Conhece a arte de enganar como ninguém e ainda sai como vítima, colocando a culpa nos outros ou no sistema.

O corrupto é quase perfeito nas suas investidas, seus grandes inimigos e que ele luta com todas as armas para abafar, são a educação, a cultura, o desenvolvimento social e a conscientização política da população, isso o apavora tanto que ele chega a montar estruturas seculares até, para não permitir o acesso a esses bens pelo povo.

Sua consciência é pouco desenvolvida e levará muito tempo para sentir o peso de suas maldades, mas um dia quando a velhice chegar será perseguido por ela, e na solidão de uma rica mansão ele morrerá infeliz e vazio.

Não fico nada feliz ao escrever essas coisas que considero necessárias, porém me sinto feliz em saber que o bem é superior ao mal e que existe o homem de bem que é totalmente contrário a tudo que representa um corrupto.

Lembrei-me do que o grande campeão Airton Sena disse certa vez: "Se você quer ser bem sucedido, precisa ter dedicação total, buscar seu último limite e dar o melhor de si" acrescentando que tudo isso feito com respeito ao outro e com a sua própria consciência, que é a presença de Deus em nós.

Autor: Caboco Nirso