domingo, 28 de julho de 2013

O mundo e eu

Passei o dia plantando, mas sempre que faço isso, e faço sempre, me vem na cabeça uma ideia muito intrigante e que me decepciona por antecipação: O que será das plantas que plantei? Quem se preocupará com elas? Os terrenos onde elas estão provavelmente virarão conjuntos habitacionais, queimadas para roça, pasto para gado, ou quem sabe, casa para moradia dos meus herdeiros. Triste fim para minhas plantas, que cultivo com tanto carinho. O que sobrou enfim, foi a terapia que fiz e me senti melhor comigo mesmo por estar fazendo algo que considero importante, em plenas férias.
A preocupação com as gerações futuras é uma utopia chamada de sustentabilidade. Há sempre quem esteja engajado em alguma causa ambiental, mas a maioria o faz apenas por modismo, pois não está disposto a fazer sacrifícios, renunciar ao consumismo, às ótimas tecnologias disponíveis. Há ONGs pra tudo que se possa imaginar, sérias e produtivas, pessoas valorosas espalhadas pelos quatro cantos do mundo, leis excelentes de preservação ambiental, de responsabilidade social, leis de combate a violência de toda espécie, há a Declaração Universal dos Direitos Humanos, surgida após a carnificina da 2ª Guerra Mundial. Porque então o mundo ainda caminha de forma tão trôpega para atingir a paz e os ideais da sustentabilidade?
Não sei! Está difícil de saber, porém o desenvolvimento moral, a conscientização de cada cidadão do mundo para sua real importância como parte de uma humanidade só, com seres humanos partícipes do mesmo universo, será com certeza algo que irá fazer grande diferença. O egoísmo e o orgulho são pragas que nos remetem a criar grandes entraves e cometer pequenas e grandes barbaridades muitas vezes despercebidas, haja vista os maus hábitos já introjetados nas consciências e nos costumes. “Se dar bem” nesse paradigma é uma obrigação ensinada por pseudomestres, com mentes tão pervertidas como se fossem analfabetos morais, ensinando a corrupção por atos e palavras.
Mas, e aí? O mundo tem jeito?
O planeta terra vai sobreviver com certeza e a humanidade idem, digo isso por intuição, pois a razão me diz que não, as equações dizem que não, a ciência está desiludida.
Mas fico com meus sentimentos, pois estes eu levarei pra sempre comigo e em algum lugar do universo eles estarão ao meu lado para sentir de novo a esperança.
Caboco Nirso