Me vejo na rua,
No mundo da lua,
Me vejo agora,
Olhando lá fora,
Eu vejo muitos carros passando,
Alguns passeando,
Hermeticamente fechados, lacrados,
Com seus homens, mulheres e crianças,
Eu os vejo indo e vindo sem saber pra onde,
E porque existem.
Vejo também as casas,
Surpreendentemente engradadas,
Pessoas encarceradas, com medo,
Vejo só um pedaço do céu azul,
Mais fios elétricos entrelaçados e portes,
Do que nuvens.
Vejo trabalhadores empilhados,
Eu os vejo cansados, suados da lida,
Não há “paidegomia” e nem boemia na paisagem.
Vejo o “flanelinha” com sua ambição por espaço,
O olhar tenso e encucado dos transeuntes,
Não sei pra onde eles vão e eles também,
Nenhum animal perdido,
É meio dia.
Há muitas placas e parte delas não tem nada,
Há lojas e as prateleiras estão vazias,
Eu ali olhando pela janela,
Esperando o que?
Quem sabe, um sonho acontecer,
Ver as ruas florescerem,
O céu se abrir e a lua surgir ao escurecer,
Quem sabe, poder viver.
Caboco Nirso
Olá Nilson, já havia feito um comentário em Recanto das Letras, mas acrescento SIMPLESMENTE EMOCIONANTE, e cada vez que leio me transporto para uma realidade. Abração amigo.
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