Como era bom quando os namorados à margem dos rios faziam suas juras de amor, aquelas correntes perenes, às vezes sob pontes de madeira velha, carcomidas pelo tempo, mas cheias de romantismo. Águas cristalinas, margens enfeitadas de plantas, pântanos ricos em vida, desde bactérias mais simples até quantidades imensas de caranguejos, andando na lama escura em noites não menos densas.
Jamais poderiam imaginar aqueles casais apaixonados que águas tão lindas, que serpenteavam florestas tão nobres, pudessem em tão pouco tempo sumir tragadas pelo desequilíbrio de seus próprios filhos, homens e mulheres que, inconscientes, mal educados quanto aos bens naturais, pudessem tratar recursos da natureza, os mais importantes, com tanta indiferença.
|
Rio Ouricuri - Ponte na Djalma Dutra na área comercial de Capanema
Em Capanema, cidade no Nordeste Paraense, em plena Amazônia, apenas para exemplificar e evidenciar um caso, os rios, Ouricuri, Garrafão e Capanema, são hoje apenas fantasmas do que foram, extenuados e abafados por tanta sugeira, detritos, que lembram até aquela música do Chico Buarque, "...Joga pedra na Geni, joga bosta na Geni, ela é feita pra apanhar ela é boa pra cuspir, ela dá pra qualquer um, maldita Geni.....", é só substituir a Geni pelos rios e é o que temos em Capanema, um verdadeiro "puteiro" nos rios, no sentido que Cazuza deu quando disse: "...Transformam o país inteiro num puteiro, pois assim se ganha mais dinheiro....". É verdade mesmo, rios tão belos quanto as mulheres de Capanema, cidade da mulher bonita, sendo tratados com desprezo, apenas sendo usados para se locupletar, sem nenhum respeito.
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário