sábado, 25 de junho de 2011

Brasil vai propor "Metas do milênio" para desenvolvimento sustentável

O Brasil vai defender a fixação de metas globais para o desenvolvimento sustentável na Rio+20, a conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o desenvolvimento sustentável. No encontro de chefes de Estado, que acontecerá no Rio de Janeiro, em maio e junho do ano que vem, o país vai propor um compromisso mundial para o cumprimento de um novo tipo de Metas do Milênio, só que ambientais.

As Metas do Milênio foram acordadas por todos os países-membros da ONU em 2000. Elas estabelecem oito objetivos a serem cumpridos até 2015 com o intuito de garantir melhores condições de vida à população global. Fazem parte das metas a erradicação da pobreza extrema, a promoção da igualdade entre os sexos e o combate à aids, por exemplo.

A proposta do Brasil é construir um novo pacto entre todos os chefes de Estado do mundo em 2012. Durante a Rio+20, diplomatas brasileiros vão negociar o estabelecimento de metas gerais de desenvolvimento sustentável que possam pautar políticas individuais relacionadas à geração de energia, hábitos de consumo e outros temas ligados à sustentabilidade.

A ideia desse novo pacto foi apresentada nesta terça-feira (21) pelo embaixador André Aranha Corrêa do Lago, negociador brasileiro nas discussões sobre mudanças climáticas, em uma reunião preparatória da Rio+20, realizada na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Segundo ele, a iniciativa do acordo surgiu na Colômbia e será levada à frente pelo Brasil, que presidirá a conferência.

“Essa é uma ideia de que nós gostamos muito, que vamos apoiar”, afirmou Corrêa Lago. “Depois, nós vamos negociar e ver que tipos de metas de desenvolvimento sustentável nós podemos desenvolver e também se há um acordo em torno disso.”

O embaixador disse que alguns países, além do Brasil e da Colômbia, já discutem a criação das metas de desenvolvimento sustentável. Ele explicou também que essas metas seriam um compromisso político, igual para todos os países e não seriam usadas para punir quem não as cumpre, mas como incentivo à sustentabilidade. As metas também não substituiriam os acordos internacionais para redução de emissão de gases causadores de efeito estufa e de combate às mudanças climáticas.

O embaixador admite, no entanto, que a proposta pode não avançar durante a conferência no Rio de Janeiro. “Alguns países temem que isso [as metas] seja um peso a mais.” Na esperança de que a proposta do estabelecimento de metas ambientais seja aprovada, Lago ressaltou que compromissos assim fazem com que governo, iniciativa privada e população trabalhem juntos para o desenvolvimento de uma economia verde.
O embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado, que já foi negociador do Brasil nas conversas diplomáticas sobre mudanças climáticas, também acredita que não será uma tarefa simples estabelecer as metas de sustentabilidade. Ele, contudo, acredita que elas serão muito importantes para a definição de uma nova forma de desenvolvimento para o mundo. “Não é simples, nem fácil. Mas é possível”, disse. “Nós temos que ter metas globais, gerais, que deem uma direção à economia verde.”


Fonte: Agência Brasil
Adaptação: Nilson Mesquita 

Sustentabilidade na escola

André Trigueiro*

André Trigueiro
Já reparou que, quando o assunto é educação, tudo no Brasil é urgente? Salários dignos para os professores, escolas bem aparelhadas, universalização digital, etc. Educação é um raríssimo consenso nacional e, apesar disso, a impressão que fica é a de que os avanços, embora existam, se diluem frente a tantas demandas urgentes.
Tão preocupante quanto a extensa lista de prioridades – o que deveria inspirar um grande projeto nacional apartidário e de longo prazo – é reconhecer que os debates sobre modernização dos conteúdos pedagógicos ficam invariavelmente em segundo plano. Uma escola descontextualizada de seu tempo, encapsulada nas rotinas burocráticas que apequenam sua perspectiva transformadora, está condenada ao marasmo que entorpece sua história e o seu legado. É uma escola que não consegue mobilizar professores, alunos e a comunidade ao seu redor em torno de objetivos comuns que emprestem sentido à existência da própria instituição.
Qual a função social da escola num mundo que experimenta uma crise ambiental sem precedentes na história da humanidade? Nossa capacidade de redesenhar o modelo de desenvolvimento e construir uma nova cultura baseada em valores sustentáveis depende fundamentalmente da coragem de mudar o que está aí. Que ajustes poderiam ser aplicados à grade curricular para tornar essa escola mais apta a preparar esses jovens para os imensos desafios que temos pela frente? Que novos gêneros de informação deveriam mobilizar a comunidade escolar na busca por respostas para questões pontuais sobre as quais não é mais possível negar a importância ou a urgência do enfrentamento? Como preparar essas novas gerações para um mundo que projeta um futuro difícil e extremamente desafiador em função das mudanças climáticas, escassez de água doce e limpa, produção monumental de lixo, destruição sistemática da biodiversidade, transgenia irresponsável, crescimento desordenado e caótico das cidades, entre outros fatores que geram desequilíbrio e instabilidade?
O mundo mudou e a educação deve acompanhar as mudanças em curso. Nossa espécie é responsável pelo maior nível de destruição jamais visto em nenhum outro período da história e, se somos parte do problema, devemos ser parte da solução. Mas não há solução à vista sem educação de qualidade e urgente que estabeleça novas competências, novas linhas de investigação científica, um novo entendimento sobre o modelo de desenvolvimento em que estamos inseridos e a percepção do risco iminente de colapso. Precisamos promover uma reengenharia de processos em escala global que inspire novos e importantes movimentos em rede. Isso não será possível sem as escolas.
A escola de hoje deve ser o espaço da reinvenção criativa, um laboratório de ideias que nos libertem do jugo das “verdades absolutas”, dos dogmas raivosos que insistem em retroalimentar um modelo decadente. Pobres dos alunos que passam anos na escola sem serem minimamente estimulados a participar dessa grande “concertação” em favor de um mundo melhor e mais justo. Quantos talentos adormecidos, quanto tempo e energia desperdiçados, quanta aversão acumulada ao espaço escolar justamente pelo desinteresse brutal e legítimo da garotada a algo que não lhes toca o coração, não lhes instiga positivamente o intelecto, não lhes nutre o espírito? Qual o futuro dessa escola? São cadáveres insepultos.
Uma escola que use a sustentabilidade como mote desse revirão pedagógico amplo e inovador terá como princípio ético a construção de um mundo onde tudo o que se faça, onde quer que estejamos, considere os limites dos ecossistemas, a capacidade de suporte de um planeta onde os recursos são finitos. Temos ciência, tecnologia e conhecimento para isso. Novas gerações de profissionais das mais variadas áreas serão desafiados a respeitar esse princípio sem prejuízo de sua atividade fim. Tudo isso poderia ser resumido em uma palavra: sobrevivência. A mais nobre missão das escolas no Século 21 será nos proteger de nós mesmos.
Ainda há tempo.
* André Trigueiro é autor do livro Mundo Sustentável – Abrindo Espaço na Mídia para um Planeta em Transformação. Apresenta o Jornal das Dez e é editor-chefe do programa Cidades e Soluções, da Globo News. É também comentarista da Rádio CBN e colaborador voluntário da Rádio Rio de Janeiro.
** Publicado originalmente no site Mundo Sustentável.
(Mundo Sustentável)

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Terruá Pará 2011



Nos próximos dias 24 e 25 de junho, São Paulo será o palco de uma grande festa da música paraense. É o Terruá Pará, uma realização do Governo do Estado do Pará, por meio da Rede Cultura de Comunicação, que chega à segunda edição, reunindo no Auditório Ibirapuera ritmos e sonoridades que formam a rica diversidade musical amazônica.

O nome, vindo do francês “terroir”, traduz o que há de especial e único em uma região, mas com um sotaque caboclo, que dá todo o sentido para a reunião que se verá nesse espetáculo. Carimbó, guitarrada, tecnobrega, chorinho, MPB tradicional e muitos outros ritmos estão nesse encontro que sintetiza a variada e original expressão musical do Pará.

A primeira edição do Terruá Pará, realizada em 2006, atraiu um público de mais de duas mil pessoas, em três dias de apresentações, com grande repercussão na mídia nacional, sendo considerada pela crítica especializada como um dos produtos culturais mais bem concebidos nos últimos tempos no Brasil.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Estudo revela os crimes ambientais e trabalhistas na cadeia produtiva do aço

Siderúrgicas do polo de Carajás, grandes exportadores de ferro gusa, usam carvão do desmatamento e do trabalho escravo nos processos produtivos.  A prática contamina toda a cadeia produtiva do aço e chega a montadoras de veículos, fabricantes de eletrodomésticos, de aviões e de computadores.  As informações são do relatório lançado hoje (22), pelo Instituto Observatório Social.
A pesquisa intitulada "O Aço da devastação" foi coordenada pelo jornalista Marques Casara e revela dados vergonhosos na produção do Aço no Brasil.  O trabalho de reportagem começou em Nova Ipixuna (PA), onde, no dia 24 de maio, foram assassinados José Cláudio Ribeiro e Maria do Espírito Santo, que denunciavam a devastação da floresta para produzir carvão e madeira.
A pesquisa detalha como operam grupos criminosos do qual fazem parte empresários, políticos e servidores do governo do Pará.
Em seu trabalho, Casara mostra que em algumas siderúrgicas, o uso do carvão ilegal sustenta mais da metade de toda a produção.  Essa conclusão foi possível após a obtenção de dados referentes à produção anual de cada siderúrgica em 2010.  Essas informações eram mantidas em sigilo para evitar o cruzamento de dados e a obtenção do índice de ilegalidade.
A fraude acontece por meio da compra de carvão esquentado por mecanismos de fraude diretamente ligados à corrupção nos órgãos de fiscalização.  Grandes siderúrgicas exportadoras estão envolvidas, como Cosipar, Sidepar, Margusa e Gusa Nordeste.
A pesquisa revela ainda diversos casos nos quais o carvão é entregue sem documento ou com o uso de documentos forjados e como governos municipais e o governo estadual é conivente com crimes ambientais e trabalhistas, muitas vezes usando aparatos de Estado para acobertar ações criminosas que tem o objetivo de devastar áreas de preservação ambiental e terras indígenas.

Fonte: Amazonia.org.br 
Adaptação: Nilson Mesquita

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Agricultura familiar para erradicar a miséria

Do IPC-IG

O direito humano mais fundamental é o direito à alimentação (Assembléia Geral da ONU, 2002).
Alimentos adequados e nutritivos são pré-condição para o desenvolvimento humano normal. Crianças bem nutridas são mais propensas ao aprendizado e menos suscetíveis às doenças. O fato é que as economias de baixa renda importadoras de alimentos estão enfrentando cada vez mais dificuldades no acesso a alimentos básicos. A insegurança alimentar crônica persiste, especialmente, na África subsaariana.
A recente crise econômica levou mais de 100 milhões de pessoas à fome, em 2008. Dados recentes da ESCAP indicam que a alta de preços dos alimentos e a inflação pode levar mais de 40 milhões pessoas à pobreza em 2010 na Ásia e Pacífico. Diante deste quadro sombrio, como garantir a segurança alimentar nos países em desenvolvimento? Quais políticas públicas e iniciativas têm mostrado resultados positivo nos últimos anos?
As recentes experiências e inovações do Brasil e da Índia têm muito a mostrar para o mundo e despertam interesse por parte de diversos países do Sul Global. Uma das lições do Brasil e da Índia é que os pequenos agricultores precisam receber atenção especial por parte do Estado, já que grande proporção da produção de alimentos para consumo interno parte de agricultores familiares, apesar dos mesmos terem sido historicamente prejudicados pela falta de políticas públicas consistentes e pelos privilégios e abundantes subsídios concedidos aos grandes proprietários de terra.
Abordagens que combinam o acesso a alimentos para os segmentos mais vulneráveis da população com o apoio à produção de gêneros alimentícios por agricultores familiares podem trazer benefícios significativos para o combate à fome e à pobreza. A experiência brasileira com o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) mostra ao mundo que o mercado institucional pode desempenhar um papel importante nestas abordagens, garantindo, por um lado, alimentos para doações, e, por outro, uma oportunidade de mercado para os agricultores que de outra forma teriam dificuldade em estabelecer relações comerciais vantajosas. As vantagens geradas por estas abordagens podem ser significativas quando as estratégias de aquisição são executadas considerando a produção local e os padrões locais de consumo.
Saiba mais

sábado, 18 de junho de 2011

A Feira da Cultura e seus pequenos vendedores

Andando pela Praça Moura durante a Feira da Cultura de Capanema/PA notei algo quase transparente, invisível para os olhos desacostumados ao movimentado mundo das multidões, os pequenos vendedores. Impressionante como eles aparecem de todos os lados, ocupam os espaços, gritam seus produtos, sorriem para as crianças quase sem parar. Elas, as crianças, são os clientes preferenciais, ninguém consegue parar um molequinho diante do pipoqueiro ou do bombonzeiro, ou ainda do vendedor de bonecos de plástico da China. Lembra muito os grandes e saudosos arraiais do passado, dos interiores do Pará.
É importante ressaltar como a produção de eventos como este pode gerar renda para famílias desprovidas de outras oportunidades. Os negócios pequenos gerados pela cultura neste caso contribuem sobremaneira para sustentar famílias que com certeza dão graças a Deus quando um governante põe em prática anseios da comunidade, que a princípio são vistos apenas como festa.
Uma senhora, vendedora de bonecos, ao ser fotografada me disse que era feia e não merecia a fotografia, eu lhe disse: nunca vi uma pessoa tão bonita e ainda por cima tão lutadora, ela levantou-se e perguntou-me, - o senhor acha mesmo? Vi naquele momento a possibilidade de erguê-la e fotografei a vontade até que ela convenceu-se que era bonita de verdade, olhou todas as fotos com muito prazer e seguiu gritando seus bonequinhos, produzidos pelas suas mãos calejadas e operosas. As músicas tocavam sem parar e a mulher ali me olhando, surpresa da sua própria importância.
Um pipoqueiro me pediu uma foto, pediu na verdade um retrato, na sua linguagem simples, tirei várias também, fiquei brincando com ele e suas imagens, percebi seu bom humor, sua simplicidade, sua predisposição em agradar. No chão da praça os vendedores se sentem em casa, contei uns dez pipoqueiros, uns cinco vendedores de bombons, uns quatro vendedores de bolas e bichinhos de plástico, outros tantos paçoqueiros, tacacazeiras, das batatinhas fritas, do picolé, dos cachorros quentes, vários artesãos orgulhosos das suas criações e por aí vai.
Um saudoso velhinho que vendia picolé na frente da CIBRASA, um dia me disse que tinha criado uns oito filhos com aquela sua venda, uma caixa de isopor carregada com o produto, quem diria que isso seria possível. Pois então, quantas pessoas estão dependendo desse tipo de negócio, quantas crianças esperam em casa aqueles trocados para comprar o quilo de comida do dia.
Naqueles pequenos vendedores é necessário que vejamos os verdadeiros heróis da vida, esses dramas vencidos pela disposição de não se entregar, o homem na sua luta cotidiana dizimando as investidas do pessimismo e do desânimo.
Eles estão por todos os lados, mas são como que os coadjuvantes do grande protagonismo social, nesse caso da Feira da Cultura de Capanema, Pará.
Nossas crianças porém não podem viver sem eles, pois são o sal que tempera a alegria dos pequeninos nas praças e além disso são eles que carregam a luz para afugentar a fome dos que os esperam ansiosos nos lares pobres das periferias.

Cabôco Nirso

Veja os pequenos vendedores com seus estabelecimentos ambulantes






  

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Conferência Municipal do Meio Ambiente - Capanema, Pará - Gestão Ambiental, Avanços e Desafios



Idealizar, planejar, falar disso e daquilo, discursar, são meandros que na maioria das vezes fica só na periferia dos resultados, bom mesmo é o "fazer acontecer", mesmo com dificuldades, com desconsiderações várias, acredito ainda na força de quem faz, quem se arremete com desenvoltura e com a força íntima dos vencedores e ganha o mundo e mostra para que veio.

Na Conferência Municipal do Meio Ambiente realizada no dia 16 de junho de 2011, vi uma equipe da Secretaria do Meio Ambiente comprometida com a idéia do debate em torno de assunto tão atual e importante para todos nós, não vi a presença mais uma vez do Poder Legislativo da cidade, tão necessário num encontro dessa natureza, discutindo os novos rumos ambientais para nosso município, vi os representantes dos Movimentos Sociais ali, alertas como sempre, acirrados nos debates, voluntariosos nas reivindicações, destacando-se na participação. A pergunta que não quer calar: Onde estavam os grandes pecuaristas da região, os grandes agricultores? É necessário que esses grupos envolvam-se nesse debate, visto que tem uma parcela marcante na problemática ambiental e os grupos sociais ficam ali, lutando e sempre parecendo revolucionários contrários a evolução humana, tidos como chatos e chiitas, o que é uma grande injustiça.

A fábrica de cimento CIBRASA (sou suspeito para falar pois sou funcionário antigo) esteve presente e colocou sua "cara a tapa" e levou sim muita crítica de alguns participantes, porém teve a oportunidade de esclarecer muitas questões relacionadas a sua atuação no município em vários quesitos, o que foi muito proveitoso e acolhido pelo público presente.

Não há nenhum problema em se debater temas polêmicos, temos é que levantá-los e buscar o mais rápido possível soluções sustentáveis para nossa população. A educação ambiental como todo tipo de educação se consegue ao longo prazo, com muito trabalho de conscientização que começa nos lares, passando pelas escolas, universidades, ruas, bares, lojas e todos os locais onde haja oportunidade de se educar, de buscar a evolução para os novos dias do futuro.

Na questão ambiental, infelizmente há mais desafios do que avanços, mas começar significa caminhar e o que vai diferenciar os grupos vitoriosos dos perdedores é a persistência, pois sabendo-se da importância do ideal não é possível parar e todos temos que nos unir para buscar soluções palpáveis para deter a destruição eminente.
Precisamos de alimentos, precisamos de qualidade de vida, precisamos de justiça, precisamos também nos unir para permanecermos vivos no solo fértil e fecundo do Planeta Terra.

Cabôco Nirso

terça-feira, 14 de junho de 2011

Sinal verde para a cultura em Capanema/PA

A expressão cultural de um povo é muito maior do que qualquer bem material, tais como ruas, prédios, praças, monumentos, entre outros, que são na verdade resultado da existência das pessoas, elas é que produzem o que nossos olhos podem ver, tanto de bom quanto de mal.
Os países que mais se destacaram nos últimos anos foram aqueles que investiram na educação, na cultura e na valorização da qualidade de vida dos seres humanos que vivem nesses espaços. O exemplo dos tigres asiáticos, Japão e nos últimos anos a própria  China que já colocou três universidades entre as cem melhores do mundo e trabalha para ter pelo menos duas entre a vinte primeiras, o que se trata de uma meta palpável, porém muitas vezes intangível a um primeiro olhar. O resultado do investimento em educação e cultura se dá há longo prazo, mas quando vem, é uma festa de criatividade, de bons resultados, de beleza em todas as áreas das ciências, das artes, da política, da cidadania entre outras tantos.
A iniciativa do Festival Junino e Feira da Cultura em Capanema/PA mostra por parte de sua prefeitura o interesse claro no sentido de retomar o processo de valorização do homem da região, que deseja sempre se mostrar como é, buscando na manifestação o seu autoamor, algo que vai de encontro a si mesmo e ao outro, o seu semelhante cidadão que permeia a cidade tantas vezes anônimo, tantas vezes esquecido. Este evento, no entanto lhe trás a alegria de se ver lembrado e sua auto-estima mostra-se sem vergonha de ser um habitante dessa cidade longínqua para o mundo e linda e maravilhosa para nós, que nela vivemos.
Neste primeiro dia o destaque foi a “Arrastão Junino” pelas ruas da cidade, onde a juventude visivelmente era a maioria, o que acende mais uma luz. A possibilidade de envolver os jovens com algo elevado, com forte apelo nos seus ímpetos de alegria e para onde é viável a canalização de energias vitais tão fortes nessa idade e que são astutamente e negativamente aproveitadas pelos aliciadores, traficantes e todas as iniciativas mal intencionadas.
Como é bom ver a carroceria cheia de “carimboleiros”, como faz bem ver a velhinha cantando em plena rua, que coisa legal ver o Secretário de Cultura da cidade à frente do arrastão puxando aquela plêiade de brincantes, levando em suas mentes o forte apelo da terra batida, do mato do campo, dos pés no chão, da água corrente dos igarapés, das capoeiras do interior, das danças das comunidades. E a periferia, que aparece naqueles rostos felizes, da adolescente com seu namorado olhando o forró e remexendo as cadeiras tão naturalmente. O encontro das gerações se acotovelando nas arquibancadas para ver as quadrilhas e os grupos folclóricos, extasiados como se fosse à primeira vez.
Que as pessoas como disse o Prefeito sejam realmente a meta principal do governo municipal, acima das ruas, dos prédios, da infra-estrutura. Que o investimento social, em saúde, em educação, em cultura seja a grande inovação e pode ficar certo que a resposta virá, como tem se evidenciado em todo o mundo.
Quando esse dia chegar essa geração não estará mais  aqui, porém grandes monumentos se erguerão lembrando aqueles que um dia, diante de todas as críticas, de todas as correntes contrárias, dos interesses transitórios, da mania de erguer castelos de areia, uniram-se pelo que há de mais importante no mundo: os seres humanos.


Cabôco Nirso


Curta um pouco de conversa fiada com fotos do evento.

Tirei meu chapéu da parede e fui brincar na praça. Já era tempo,
a palha sentia saudade da cabeça suada do "cabôco".
Eu vi luzes de estrela sobre o arrastão,
que venham para a praça,
pois a praça é do povo.
A juventude no Arrastão Junino, rodopiando com a vida, levando
o cheiro do mato na pele e o forte apelo da alegria no gingado.
O sorriso é uma expressão clara da felicidade.
O povo olha a quadra esperando o desabafo cultural,
que seja assim e pra melhor.
Única decepção do evento, depois de tanto lugar para colocar a propaganda política na própria praça. Derrubaram um monumento histórico, pequeno, mas com certeza importante. Nem lembro o que era, mas havia aqui um monumento sim. Havia também algo escrito nele, o que seria?

domingo, 12 de junho de 2011

Datafolha: 85% da população acredita que Código Florestal deve priorizar florestas e rios





De acordo com pesquisa de opinião sobre posição da população a respeito das mudanças do Código Florestal, propostas pelo deputado Aldo Rebelo, 84% dos entrevistados não votariam em um candidato que defende anistia para desmatadores
O Instituto Datafolha divulgou hoje (10) os dados de uma pesquisa sobre a opinião da população quanto às mudanças do Código Florestal, aprovado na Câmara dos Deputados no dia 24 de maio, e que tramita no Senado.
Segundo a pesquisa, a maioria da população é contra as mudanças propostas pelo deputado Aldo Rebelo.  85% das pessoas acreditam que o Código Florestal deve "priorizar a proteção de florestas e rios mesmo que, em alguns casos, isso prejudique a produção agropecuária", enquanto 10% defenderam priorizar a produção agropecuária, e 5% não souberam responder.
Além disso, 77% são contra isentar produtores que desmataram de recompor Reserva Legal e Áreas de Proteção Permanente (APP) e 84% não votariam em um candidato que votou a favor de isenção de multas e punições para quem desmatou ilegalmente.
A pesquisa foi encomendada pelas ONGs Amigos da Terra - Amazônia Brasileira, Imaflora, Imazon, Instituto Socioambiental (ISA), SOS Mata Atlântica e WWF-Brasil.  Foram realizadas 1.286 entrevistas, com pessoas de todo o país, entre os dias 3 e 7 de junho, e a margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.
Anistia
Os entrevistados também foram questionados se proprietários que desmataram ilegalmente para produção de alimentos devem ser punidos ou não.  48% dos entrevistados acham que quem desmatou deve ser punido de qualquer forma, para dar exemplo para gerações futuras; 45% responderam que só deve ser perdoado se concordar em recompor o que foi desmatado, e apenas 5% disseram que deve ser perdoado sem a necessidade de repor a vegetação.
Quanto à anistia das multas para os que desmataram ilegalmente até junho de 2008, 79% disseram ser contra, e 19% a favor.  A maioria dos entrevistados (79%) concorda com a disposição da presidente Dilma Rousseff de vetar um código que seja aprovado com a anistia aos desmatamentos.
Informação
62% do total de entrevistados tomou conhecimento dos debates do código florestal, mas apenas 6% se considerou "bem informado" sobre o que estava sendo discutido.
A maior parte dos entrevistados concorda que é necessário mais tempo pro debate: 77% disseram que "o Senado deveria parar para ouvir os cientistas antes de votar o código florestal", enquanto 20% acham que o Senado deve votar a proposta imediatamente.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Hábito da leitura cresce entre crianças e jovens brasileiros

Alana Gandra, Agência Brasil

A criança e o adolescente brasileiros estão lendo mais. Esse foi o diagnóstico traçado hoje (8) no 2º Encontro Nacional do Varejo do Livro Infantil e Juvenil, realizado dentro do 13ª Salão Nacional do Livro Infantil e Juvenil, no Rio de Janeiro.
De acordo com pesquisa divulgada pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), do total de 12 mil títulos novos lançados no país em 2010, cerca de 2,5 mil foram direcionados a crianças e adolescentes. “A própria produção é uma comprovação de que as nossas crianças e jovens estão lendo mais”, afirmou à Agência Brasil a diretora da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ), Ísis Valéria Gomes.
O presidente da Associação Nacional de Livrarias (ANL), Ednilson Xavier, disse que a parte destinada à literatura infantojuvenil já representa cerca de 15% do faturamento das lojas. Levantamento feito em 455 livrarias de todo país mostra que as vendas do setor cresceram 9,6% em 2010 em relação ao ano anterior, refletindo a expansão da economia nacional. Ele ressaltou que a área infantojuvenil lidera o ranking em termos de crescimento de vendas no ano passado.
Para Xavier, a tendência é que o hábito da leitura do público infantojuvenil seja crescente. “Não tenha dúvida. Há, nesse aspecto, a constatação do mercado editorial de que os livros nessa área, a cada ano, se tornam mais atrativos”. A ANL está elaborando pesquisa sobre o livro no orçamento familiar, que será divulgada em agosto, durante a 21ª Convenção Nacional das Livrarias.
Na opinião de Ísis Valéria Gomes, o hábito da leitura é fundamental não só para ampliar o conhecimento mas, inclusive, para a formação da cidadania. “A criança que começa a ler desde pequena segue lendo depois. Não existe postura cidadã sem que você seja um leitor”.
Segundo ela, a criança e o jovem brasileiros são penalizados em função do analfabetismo funcional, que exclui as pessoas do conhecimento. “Mas, entre as crianças que leem, a leitura vem aumentando muito. E o consumo [de livros] também, inclusive entre os adolescentes”.
Durante o encontro, foi apresentada a experiência da primeira livraria virtual para livros digitais no país, a Gato Sabido, cuja média é de dez mil a 15 mil acessos diários para consultas. A diretora da FLNIJ observou que o governo federal já desonerou impostos sobre os livros eletrônicos (e-book). Avaliou, porém, que para que o livro digital chegue às camadas da população de menor poder aquisitivo são necessárias novas ações, uma vez que esses livros são ainda muito caros, custam cerca de R$ 1,8 mil.
Ela disse, também, que é preciso garantir a qualidade dos textos impressos oferecidos ao público infantojuvenil. “Isso é alguma coisa que precisa ser vigiada, do ponto de vista de se oferecer coisa boa aos adolescentes e às crianças”. A experiência da Fundação German Sanchez Ruiperez, de Salamanca, na Espanha, foi apresentada durante o encontro nacional de livreiros. A instituição aposta na alfabetização digital para crianças a partir de cinco anos de idade, onde os menores convivem com o aprendizado simultâneo no computador e no livro impresso.
O 13º Salão Nacional do Livro Infantil e Juvenil é promovido pela FNLIJ e vai até o dia 17 deste mês.
(Agência Brasil)

Unidades de conservação podem render cerca de R$ 6 bilhões por ano

Luana Lourenço, da Agência Brasil

A implementação efetiva das unidades de conservação e o aproveitamento do potencial econômico dessas áreas – que cobrem cerca de 15% do território do país – podem gerar pelo menos R$ 5,77 bilhões por ano, considerando um cenário conservador.
O cálculo é do estudo Contribuição das Unidades de Conservação (UCs) para a Economia Nacional, coordenado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) em parceria com o Ministério do Meio Ambiente e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado nesta terça (7).

domingo, 5 de junho de 2011

Mais dois extrativistas são assassinados


Três dias após a morte de José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva, ocorrido na terça-feira (24), mais dois extrativistas foram assassinados. Na manhã de sexta-feira (27) o agricultor Adelino Ramos, de 56 anos, foi morto a tiros em Vista Alegre do Abunã, um distrito de Porto Velho, em Rondônia. Os disparos foram dados por um motociclista. No sábado, o corpo do também agricultor Eremilton Pereira dos Santos, de 25 anos, foi encontrado por uma equipe do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em Nova Ipixuna, no Pará. Ele morava no assentamento Praia Alta Piranheira, o mesmo de Zé Cláudio e Maria.

sábado, 4 de junho de 2011

Dia do Meio Ambiente

O Meio Ambiente é apenas um dos vértices da sustentabilidade, só a preservação ambiental não garante a sobrevivência da espécie humana no planeta. É necessário o Desenvolvimento Econômico e a Responsabilidade Social para completar o triângulo.