O Brasil é um país de grande diversidade cultural e grandes possibilidades naturais, que se destaca no mundo todo como das mais belas e interessantes.
Em viagem pelo país neste julho de 2011, de Capanema/PA até Imbé no Rio Grande do Sul, foi possível ter uma visão panorâmica e crítica de pequenas e médias cidades ao longo da BR 153 que corta o país de norte a sul.
É visível, por exemplo, como cidades pequenas, às vezes, povoados ainda, destacam-se pelo capricho de suas vias públicas, praças e valorização da cultura local, onde é notável a preocupação da comunidade e administradores públicos pelo embelezamento da cidade em prol da satisfação de seus habitantes e visitantes.
Certa vez, há alguns anos, fiquei muito orgulhoso de Capanema. Estava em Tucuruí/PA quando dois vendedores ambulantes no café da manhã do hotel conversavam na mesa ao lado e pude ouvi-los elogiando Capanema como uma cidade cheia de jardins e flores. Me senti tão bem e logo me apresentei como Capanemense e reforcei com eles outros elogios a cidade. Na época, a Praça Magalhães Barata estava belíssima, dava gosto ver, a estrutura era a mesma, mas os brinquedos estavam inteiros, a diferença era o jardim, todos os canteiros estavam floridos. Ao longo da Av. João Paulo II, no canteiro central também havia um jardim bem cuidado, na praça da entrada da cidade também existiam muitas flores e plantas ornamentais. Importante destacar que as espécies utilizadas eram comuns, regionais, que podem ser vistas nos jardins da periferia da cidade, nada muito diversificado, apenas demonstravam que havia capricho para embelezar a cidade e torná-la mais agradável. Fiquei muito orgulhoso naquela manhã de Tucurui e até comprei uns produtos dos vendedores de tão satisfeito.
Como disse anteriormente, isso foi há alguns anos, pois desde alguns anos nossas praças estão tão insossas que é mais negócio ficar em casa com as crianças do que levá-las para brincar nas praças.
O empresário Oded Grajew, um dos integrantes do Movimento Nossa São Paulo, membro do Conselho Deliberativo e presidente emérito do Instituto Ethos, idealizador do Fórum Social Mundial e ex-presidente da Fundação Abrinq, tendo sido assessor especial do presidente da República em 2003 disse o seguinte: "todos concordariam que a finalidade última de nossas ações, individuais e coletivas, deveria ser a busca pelo bem-estar das pessoas. No entanto, o crescimento do consumo de drogas legais e ilegais, da venda de livros de autoajuda e da violência é fortíssimo sinal de que muitas pessoas estão insatisfeitas com suas vidas. A falta de limites na cultura da competição e do consumo nos deixa sempre atrasados em relação às últimas novidades, resultando em insatisfação, ansiedade e frustração permanentes.
Este modelo de sociedade moldada e avaliada por esta escala de valores acaba se refletindo em nossas cidades. Sociedade sem alma produz cidades sem alma. Matamos nossos rios, poluímos nosso ar e nossos ouvidos, destruímos nossas florestas, descuidamos da beleza e das relações pessoais, desprezamos as atividades humanas como a educação, cultura e as artes, maltratamos nosso corpo e nosso espírito, perdemos o sentido do trabalho, e o lucro se sobrepõe à vida. Promovemos o desenvolvimento insustentável, comprometendo as condições de vida das futuras gerações."
É necessário investir em qualidade de vida na cidade, embelezar nossas praças, torná-las agradáveis para passear, é importante que nossas ruas nos proporcionem alegria para caminhar. É necessário em Capanema investir em felicidade, em qualidade de vida. Lógico que isso tudo passa também por um bom investimento em eventos culturais, em entretenimento, em esporte, etc., criando possibilidades aos nossos jovens de se desenvolverem longe da agressividade das drogas, criando raízes culturais e satisfação por estar em Capanema.
Cabôco Nirso
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