Natasha Pitts, da Adital
De 20 a 22 de junho, acontecerá na cidade do Rio de Janeiro, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. No entanto, o evento não acontece isoladamente. Movimentos e organizações sociais, de trabalhadores e de meio ambiente estão empenhados na construção da ‘Cúpula dos Povos na Rio+20 por Justiça Social e Ambiental’, que acontecerá também no Rio de Janeiro, no Aterro do Flamengo, de 15 a 23 de junho.
Desde o ano passado, a Cúpula dos Povos está sendo preparada com o intuito de se constituir em um “espaço de fortalecimento no processo de ação, de resistência e de construção de alternativas. E, principalmente, ser um espaço de denúncia das falsas soluções e da nova ‘roupagem verde’ que o capitalismo está se colocando”, manifesta o comunicado do Jubileu Sul Brasil.
Segundo Sandra Quintela, socioeconomista do Instituto de Políticas Alternativas para o Cone Sul (Pacs) e integrante da Rede Jubileu Sul Américas, o processo de organização está caminhando no sentido de construir uma Cúpula que não seja apenas mais um evento. “Queremos nos reunir para denunciar ao mundo o que significa a tal economia verde. A população precisa saber o que está em jogo na Rio+20”, diz.
Os três eixos que nortearão a Cúpula são: denúncia das causas estruturais e novas formas de reprodução do capital; as soluções e novos paradigmas dos povos; e as agendas, campanhas e mobilizações que unificam o processo da luta anticapitalista pós Rio+20.
A programação baseada nesses eixos ainda está em construção, mas, já está certo que nos dias 15 e 16 acontecerão atividades preparatórias e de mobilização. Já na manhã dos dias 18, 19 e 21 serão realizadas as atividades autogestionadas, pela tarde acontecerá a Assembleia dos Povos e à noite estão marcadas mobilizações.
O ponto alto da Cúpula será a Assembleia dos Povos, momento prioritário para organizações, redes e movimentos participantes, onde serão discutidos temas como economia solidária, agroecologia, ecocidades, ecobairros, luta pelas sementes crioulas, lutas contra ofensiva do capital, entre outras pautas.
Os interessados em se engajar nas atividades autogestionadas e nas preparatórias e de mobilização da Cúpula vão ter mais informações e detalhes em breve sobre inscrição. Quem não puder ir ao Rio de Janeiro, ainda assim pode se envolver na luta ‘contra a mercantilização e a financeirização da vida e da natureza’. Redes, movimentos ou pastorais interessadas em contribuir podem realizar ações locais, em especial nos dias de mobilização (5, 17 e 20 de junho). A sugestão é que sejam feitos debates, seminários ou produzidos vídeos com temas relacionados à Cúpula.
Para Sandra, a maior contribuição que pode ser dada é a organização de debates locais a respeito dos eixos que nortearão a Cúpula. “O que os movimentos podem fazer é se organizar mais e ir para o Rio com os assuntos bem debatidos e aprofundados. Estudar assuntos como economia verde, REDD. Também é possível se inserir nos GTs [Grupos de Trabalhos]”.
Rio+20
De 20 a 22 de junho, Chefes de Estado, Governo e outros representantes políticos se reunirão no Rio de Janeiro para participar da Rio+20. O evento, após 20 anos do início das discussões sobre desenvolvimento sustentável -que teve seu pontapé na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, a ECO 92 – retomará o tema e buscará aprofundar o debate sobre problemas ambientais mundiais. O foco estará nas pautas sobre economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza, e o quadro institucional para o desenvolvimento sustentável.
Para mais informações: http://cupuladospovos.org.br/ ou entre em contato pelo e-mail:jubileubrasil@terra.com.br/ou telefones +55 (11) 3112-1524/3105-9702.
(Adital)
Fonte: Mercado Ético
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