quinta-feira, 17 de novembro de 2011

A poesia invadiu o chão da fábrica

Como conciliar o ambiente formal, às vezes rústico e introvertido de uma fábrica de cimento, com a leveza, a liberdade, o sentimento solto e leve da poesia? Pois é, isso aconteceu, virou realidade em pleno chão de fábrica da CIBRASA em Capanema/PA. Os poetas e poetizas da Academia Capanemense de Letras e Artes, levantaram-se por entre estáticos colaboradores da empresa e declamaram emocionados seus cânticos de amor. 
Tudo que é do mundo foi lembrado por aqueles trovadores encantados com sua platéia encantada. A mulher, a natureza, o ser humano com seus sofrimentos e alegrias, a viagem pela história, a lembrança da infância, a emoção. Tudo se fez paz naquele chão de concreto armado. Os pés bailavam sobre o chão duro, volitando no espaço em indescritível harmonia ao ouvir as palavras iluminadas dos poetas. Era manhã do dia 10 de novembro de 2011, o dia amanheceu belíssimo, o sol era claro com poucas nuvens circulando, mas o clima era suave, o universo conspirava a favor, parecia mesmo que algo com a mesma beleza da natureza aconteceria naquele dia. A viagem ao mundo fulgurante e estonteante da poesia estava por começar, a vida seria outra desde então naquele chão acostumado a Planos de Ação, decisões, rotinas administrativas e operacionais, trabalho de turno, fornos rodando 24 horas e cimento saindo nas bicas das ensacadeiras.
A poetiza Elza Melo, do seio daquele público feliz se expressou assim: “Hoje chorei, me emocionei, por ter recebido tão cedo como um raio de sol que irradia o dia, tantas palavras lindas e verdadeiras que ao tocarem meu coração me fizeram tão bem, tão feliz, tão eu”. 

Não existe nada que não possa estar junto, mesmo as coisas aparentemente inconciliáveis podem se harmonizar e juntos criar beleza estética e profunda. 

Viva a poesia, viva o trabalho, viva o mundo melhor!


Autor: Cabôco Nirso

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